O estudo apresentado esta Terça-feira em Luanda sublinha, no entanto, que "caso o Banco Económico fosse excluído desta análise, o crescimento dos resultados líquidos do sector cifrar-se-ia em apenas 1,2 por cento", em função dos prejuízos avultados que se verificaram em 2023.
A melhoria significativa da situação financeira do Banco Económico, cujo prejuízo passou de 297 mil milhões de kwanzas em 2023 para apenas 3 mil milhões de kwanzas no ano passado, contribuiu para o resultado líquido positivo dos mais de 20 bancos analisados.
No entanto, persistem as incertezas quanto ao futuro do Banco Económico, um banco de importância sistémica que tem em curso a implementação do Plano de Recapitalização e Reestruturação aprovado pelo Banco Nacional de Angola no final de 2021: "Os dados financeiros mais recentes não são animadores e estão patentes no estudo, com necessidades de um aumento de capital no montante de 698.447 milhões de kwanzas", refere o relatório.
De acordo com um comunicado da Deloitte Angola, a variação dos lucros deveu-se "ao crescimento na margem financeira (+25 por cento) e resultados cambiais (+65 por cento)", resultando numa variação de 129 mil milhões de kwanzas face a 2023, associado a operações cambiais e à venda de divisas.
De acordo com o estudo, a margem financeira cresceu 25 por cento no ano passado, totalizando aproximadamente 1,3 biliões de kwanzas.
Os resultados cambiais aumentaram 65 por cento, atingindo 327 mil milhões de kwanzas, enquanto os rendimentos de serviços e comissões registaram uma subida de 41 por cento, fixando-se em cerca de 390 mil milhões de kwanzas.
Os dados indicam também um crescimento moderado dos principais agregados com os activos do sector bancário a crescer 3,3 por cento em 2024 e os depósitos de clientes a aumentar 1,8 por cento.
Também o crédito a clientes continuou a ganhar peso, com um crescimento de dois pontos percentuais na estrutura global de activos.
O estudo aponta ainda para um ligeiro aumento do número de balcões bancários, que subiram dois por cento para 1.454 em 2024, salientando-se o crescimento notável ao nível dos agentes bancários e de pagamentos, com subidas de 641 por cento e 203 por cento.
A nível de solidez, o rácio de fundos próprios regulamentares registou uma descida de 5,3 pontos percentuais, situando-se em 20,72 por cento no final de 2024, ainda muito acima do mínimo exigido, o que, segundo o estudo, demonstra "a solidez, solvabilidade e estabilidade do sistema financeiro angolano".