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Especialista diz que empresas nacionais sofrem ataques quase diários com uso de inteligência artificial

O director da AI & Data da Ernest & Young (EY) disse esta Quinta-feira, em Luanda, que empresas angolanas sofrem, quase que diária ou semanalmente, centenas de milhares de ataques que têm por trás Inteligência Artificial (IA).

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Gilberto Rodrigues, que foi esta Quinta-feira orador na iniciativa "Beyond Data", promovida pela EY Angola e Microsoft, sobre como alavancar os dados na era da IA, destacou os lados bom e mau da inteligência artificial, sublinhando que, "claramente, hoje em dia, de alguma forma, o lado bom tem que estar à frente, tem que perceber o que é que o lado mau está a fazer, para depois poder se proteger".

Em declarações à agência Lusa, o especialista em 'analitics' há mais de 20 anos sublinhou que vai aumentando a sensorização IoT (dispositivos que recolhem dados do ambiente e transmitem-nos pela Internet), que "são portas de entrada precisamente para os ciberataques", considerando que é muito importante a segurança também estar envolvida na utilização dos dados.

Segundo Gilberto Rodrigues, o evento teve como objectivo mostrar ao mercado angolano a parceria existente entre a EY e a Microsoft e a tecnologia inovadora que permite evitar duplicação de informação, "que muitas vezes leva à desinformação".

O especialista destacou que a IA "é uma faca de dois gumes", porque traz vantagens, como suprir o défice de recursos humanos, optimizar trabalho, mas também desvantagens, como a sua utilização para o cometimento de fraudes e crimes.

"Há uma certa percepção de que a inteligência artificial vai roubar trabalhos, na verdade, nós acreditamos que isso não venha a acontecer, vai acontecer é que os postos de trabalho, as pessoas, as suas competências, vão ser modificadas", salientou.

"Hoje em dia, (...) 80 por cento do (...) trabalho [dos analistas] é passado a preparar dados, quando na verdade devia de ser 80 por cento do tempo a analisar dados e tomar decisões", afirmou.

A nova tecnologia, realçou Gilberto Rodrigues, requer competências que nem toda a gente ainda adquiriu, havendo falta de recursos, ainda não disponíveis no mercado, e a IA permite "automatizar, optimizar processos, aumentar eficiências".

"De alguma forma utiliza-se a IA precisamente para tentar colmatar essas lacunas de pessoas, e é precisamente utilizando tecnologia que se ajuda as pessoas a poder ter tempo", disse.

De acordo com o director da AI & Data da EY, empresas do mercado angolano estão já a entrar no mundo da IA, sublinhando que foi criado um protótipo para a montagem de projectos com clientes da EY em Angola, utilizando a 'generativ AI', ou seja, a última geração da IA.

"Hoje em dia, mais de 80 por cento da informação nas empresas está guardada em documentos em 'PowerPoint', Word, Excel, que são aquilo que nós designamos como informação não estruturada", disse o especialista, explicando que essa informação é valiosa, mas os processos tradicionais de IA ou da 'analitics' tinham muita dificuldade em conseguir extrair informação dessas fontes.

"A 'generativ AI', (...) através de linguagem natural consegue começar, de alguma forma, a categorizar, classificar, essa informação e dispô-la aos utilizadores finais para que eles, de facto, extraiam valor dessa informação que está guardada nesses documentos", frisou, enfatizando que "'a generativ AI' está claramente também a mudar muito daquilo que são modelos operativos das empresas, inclusive no mercado angolano".

Gilberto Rodrigues sublinhou a resistência de empresas angolanas sobre as 'clouds', mas "cada vez menos", por questões legais e de confiança, adiantando que o 'data center' mais próximo de Angola é o da África do Sul.

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