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Angola realizou primeira cirurgia de reconstrução nasal. “Guerreiro” de 24 anos é caso inédito no país e em África

O Hospital Geral de Benguela realizou, com sucesso, a primeira cirurgia de reconstrução nasal no país. Faustino César foi o paciente submetido a este procedimento. O cirurgião maxilo-facial cubano Geovane Rafael, disse estarem “seguros de que a nível nacional é o primeiro caso e também em África nunca se fez uma cirurgia deste nível".

: Angop
Angop  

O jovem de 24 anos – que nasceu com arrinia, uma condição rara em que a pessoa nasce sem nariz – foi submetido a uma cirurgia de aproximadamente duas horas, onde a equipa de 36 médicos lhe colocou uma prótese de silicone nasal.

Tendo em conta o diagnóstico complexo, a equipa médica – composta por 36 médicos, cujos angolanos do Hospital Geral de Benguela e cubanos da clínica Cubanita, realçando-se nove especialistas, entre cirurgiões maxilo-faciais, otorrinos e pediatras – considerou o paciente como um "guerreiro", que se tornou num caso inédito na medicina nacional.

Citado pela Angop, Geovane Rafael disse que a cirurgia foi bem-sucedida graças aos esforços dos médicos residentes da unidade hospitalar de Benguela, envolvendo especialistas em anestesia e cirurgia geral.

Segundo o cirurgião, a operação, que não custou nada à família do jovem, entra para a história da medicina nacional e continental. "Estamos seguros de que a nível nacional é o primeiro caso e também em África nunca se fez uma cirurgia deste nível", referiu.

Mostrando-se surpreso com o facto de um paciente nestas condições ter conseguido sobreviver até à altura da operação, explicou detalhadamente o procedimento: foi aberta uma via aérea nasal e removida pele do abdómen para ajudar a coser a prótese, ficando o paciente apto a respirar por aquela via daqui para a frente.

"Estamos perante um caso que é incompatível com a vida humana", afirmou, citado pela Angop.

Sobre o estado de Faustino César, o médico disse que este se encontra actualmente fora de perigo, estando a recuperar bem no referido hospital, no qual ficará hospitalizado por um período de 30 dias.

Na ocasião, destacou igualmente a relevância da colaboração entre o Hospital Geral de Benguela e a clínica Cubanita. Citado pela Angop, também afirmou que Angola merece reconhecimento por ser o país pioneiro em África na concretização deste tipo de cirurgia, somente realizada em países que têm sistemas de saúde avançados, como por exemplo os Estados Unidos da América.

"No mundo, há poucos casos desta índole com estes bons resultados", acrescentou.

Dário Quintero, cirurgião geral que integrou a equipa médica que fez esta cirurgia, disse que uma equipa vai acompanhar Faustino no momento depois da operação de maneira a prevenir potenciais complicações e que se decidiu internar o paciente por causa das más condições de higiene na sua residência.

Já a família também se mostrou contente com a operação. "O sentimento é grande. Estou emocionada e agradeço por ser acompanhada por esse grupo", disse a mãe de Faustino, Maria Bernada Pascoal.

"Só me faz chorar de emoção. Deus já enxugou as minhas lágrimas", disse, citada pela Angop.

Refira-se que esta operação vai ficar para a história da medicina nacional, colocando o país entre os poucos a nível mundial que tiveram registo de cerca de meia centena de casos desta patologia.

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