"Antes de o banco central tomar qualquer decisão precisa de ter mais dados", justificou Pedro Castro e Silva, em declarações aos jornalistas, à margem da apresentação do estudo Banca em Análise, elaborado pela Deloitte.
O ex-BESA, que se encontra em reestruturação, adoptou um plano de recapitalização e reestruturação para o seu saneamento financeiro, mas continua a necessitar de injecções de capital, pois encontra-se em falência técnica.
O ex-BESA foi declarado falido a 13 de Setembro de 2014, após a resolução do Banco Espírito Santo (BES), e deixou um 'buraco' avaliado em 5,7 mil milhões de dólares.
Após o colapso do BES português, o BESA foi transformado, já com a Sonangol e o Novo Banco entre os accionistas, em Banco Económico.
Em 2022 passou a ser detido pelo Fundo de Capital de Risco gerido pela Independent Finance Advisors.
"Está a decorrer um levantamento feito por um avaliador independente e contamos ter os resultados em Agosto deste ano", disse o responsável do BNA, explicando que existem diferentes fases para bancos que estão nesta situação, incluindo uma intervenção correctiva que deu origem a um plano de recapitalização e recuperação que está a ser implementado.
"O que nós constatámos é que além deste plano chegou a hora de fazer um outro tipo de avaliação, para ter um ponto de situação sobre as finanças do BE", informação que tem sido disponibilizada mensalmente ao regulador.
"Mas sentimos maior conforto, e a bem da transparência, em termos alguém que não tem contacto diário com a instituição fazer uma avaliação para termos mais elementos", acrescentou.
Sobre o banco russo VTB que tem de ajustar o seu capital social mínimo, mas está a ser alvo de sanções que impedem as movimentações financeiras, Pedro Castro e Silva adiantou que a situação está a ser acompanhada.
"Não podemos assumir qualquer posição neste momento", disse
O vice-governador adiantou, por outro lado, que deverá haver decisões sobre a compra do banco Keve pelo Grupo Carrinho num prazo máximo de 30 a 45 dias.
A operação está agora a ser avaliada pela Autoridade Reguladora da Concorrência.
O grupo Carrinho, que comprou o Banco de Comércio e Indústria (BCI) em 2021, pretende adquirir entre 65 a 80 por cento do capital social do Banco Keve.