Segundo o Instituto de Gestão de Activos e Participações do Estado (IGAPE), no dia 28 de Maio foi realizada uma sessão de auscultação para a privatização da cadeia de Hotéis Infotur, na qual participaram perto de 20 entidades interessadas, na sua maioria angolanas.
O IGAPE informa, na sua página de Internet, que, nessa sessão, os investidores propuseram a privatização através da modalidade da celebração de contratos de gestão e exploração.
A proposta apresentada teve como base a dificuldade de venda das unidades, devido à falta de liquidez e a necessidade de inicialmente implementar estratégias para viabilizar as unidades hoteleiras, localizadas nas províncias de Benguela, litoral sul do país, Cabinda, no norte, e Luanda.
Os participantes na sessão, entre consultoras, advogados e empresários, um dos quais de nacionalidade italiana, sugeriram também visitas para avaliação do estado dos hotéis.
"Assim, apesar da recomendação do lançamento imediato do concurso, urge a necessidade de se acautelaro tempo necessário para se visitar as unidades hoteleiras antes do lançamento do concurso", salienta o IGAPE.
A sessão de auscultação, que decorreu no âmbito da implementação do Programa de Privatização (PROPRIV), visou "atender às solicitações de vários investidores, que, apesar do actual momento em que se combate a pandemia da covid-19, manifestam o interesse em participar nos processos de privatização, adaptando-se ao contexto".
O IGAPE tem em curso outros processos para privatização, nomeadamente o Banco de Comércio e Indústria (BCI) e recentemente o Banco Angolano de Investimentos (BAI).
Em declarações hoje à agência Lusa, o responsável pela comunicação do IGAPE, António Coimbra, disse que a alienação do BAI é o segundo processo do sector financeiro, depois do BCI, aos quais deverão seguir-se mais dois, incluindo uma seguradora.
Um despacho do Presidente João Lourenço determinou a alienação das participações sociais de 8,5 por cento da Sonangol Holdings e de 1,5 por cento da Empresa Nacional de Diamantes no BAI, de forma agregada, por via de concurso limitado por prévia qualificação".
Segundo António Coimbra, relativamente ao BAI segue-se a contratação, como aconteceu com o BCI, de um intermediário financeiro, que será mandatado pelo IGAPE a fazer a avaliação dos activos e a 'due dilligence' para posterior desenho do programa do processo de privatização.
Quanto ao processo de privatização das três indústrias têxteis, actualmente em curso, António Coimbra disse que o concurso está aberto até Agosto, estando a decorrer nesta altura contactos com os interessados.
"Tivemos vários contactos, no passado, de alguns investidores estrangeiros, e há também entidades nacionais, que de tempos em tempos nos vão questionando, fazendo perguntas sobre o ativo, mas estamos a aguardar. Estamos dentro do período ainda útil e estamos tranquilamente a falar com as pessoas", referiu.
Sem avançar nomes e nacionalidade, António Coimbra frisou que "há algum interesse", vindo sobretudo de pessoas entendidas da matéria, pela especificidade dos ativos.
"É um activo muito específico, é quase uma área de especialidade, e temos interesse de entidades desta indústria", salientou.
Trata-se das unidades têxteis Comandante Bula, na província do Cuanza Norte, África Têxtil, em Benguela, e Textang II, em Luanda.