Em declarações ao Novo Jornal, a direcção da empresa deixou a garantia que a decisão teve em conta a necessidade de redução de 50 por cento dos funcionários, de forma a cumprir com as leis excepcionais impostas durante a pandemia de covid-19. Garantiu ainda que, após esta fase, a normalidade será reposta.
Desta forma, os motoristas foram automaticamente 'obrigados' a cumprir com dois trabalhos: o de conduzir e o de cobrar. "Fomos orientados, a partir de 15 de Maio, a conduzir e a cobrar ao mesmo tempo sem garantias de que seremos remunerados pelo duplo trabalho", explicou um dos trabalhadores ao NJ, que preferiu manter o anonimato.
Os condutores afirmam que o dia-a-dia se tornou assim muito desafiante, tendo em conta as dificuldades em realizar as duas tarefas ao mesmo tempo. "Cobramos e depois conduzimos, não está a ser fácil porque muitos de nós não têm experiência em cobrar. Por isso temos tido vários problemas com os nossos supervisores. Porque não é nosso trabalho cobrar", afirmou.
Já a responsável do departamento de Comunicação e Marketing da TCUL, Amélia Escórcio, afirmou ao NJ que a redução de funcionários é provisória, sendo que estes continuam a ser remunerados. "Estamos num estado especial, que não é normal, então temos que fazer sacrifícios. Os cobradores e outros funcionários que estão dispensados, são remunerados mesmo com os prejuízos que a empresa tem vindo a registar".
A responsável avançou que a empresa regista prejuízos avaliados em 10 milhões de kwanzas em todos o seus serviços de passageiros desde o início do estado de emergência, em finais de Março. A TCUL reduziu a sua frota em circulação de 95 para 50 autocarros.