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Confinamento social mudou o comportamento dos angolanos, indica estudo

O confinamento social veio mudar os comportamentos dos angolanos. De acordo com um estudo feito pelo Centro de Estudos Jurídicos, Económicos e Sociais (CEJES) da Universidade Agostinho Neto (UAN), as pessoas passaram a ocupar o seu tempo de forma diferente e também se registaram mudanças na actividade profissional, nas práticas de consumo e nas relações sociais.

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Os números, citados pela Angop, revelam que 91 por cento dos inquiridos disse ter mudado a maneira como ocupava o tempo. Neste ponto, a maior parte dos angolanos (91 por cento) admitiu que passou a dedicar mais tempo às actividades domésticas, já 82 por cento disse ter passado mais tempo a falar com família e amigos.

Ainda no mesmo ponto, mais de metade (60 por cento) revelou que passou a usar o seu tempo para prestar mais apoio aos familiares e 55 por cento passou a focar-se mais em actividades de lazer ou de entretenimento.

Apenas 33 por cento admitiu ter ocupado o seu tempo livre com a realização de exercício físico.

De acordo com o estudo, 726 angolanos admitiram ter saído de casa para se deslocar ao serviços essenciais - como adquirir produtos alimentares -, enquanto que 426 admitiram ter realizado actividades proibidas pelo Governo durante o estado de emergência.

Além disso, os dados revelam ainda que 87 por cento dos inquiridos registou mudanças relativamente à sua actividade profissional: mais de metade dos angolanos (53 por cento) ficou a trabalhar em regime de tele-trabalho, 9 por cento continuou a trabalhar por turnos presenciais e 38 por cento ficou em trabalho convencional.

Os hábitos de consumo também mudaram. De acordo com o estudo, 55 por cento passou a comprar os produtos em maiores quantidades. Houve também uma mudança dos locais de consumo habituais e metade dos inquiridos disse ter reduzido as despesas de aquisição de bens e serviços.

Já 80 por cento disse ter sentido mudanças nas suas relações familiares. A preocupação com a saúde dos seus familiares foi o ponto que mais se destacou.

Mais de 90 por cento dos inquiridos admitiu ter passado a usar com mais frequência e durante mais tempo as redes sociais e as novas ferramentas de comunicação: 70 por cento disse ter recorrido a estas ferramentas para falar com amigos e família.

Mais de metade disse ter mudado a sua forma de pesquisa e acesso a informação. Neste ponto, 90 por cento disse ter pesquisado especificamente sobre a covid-19, 82 por cento afirmou que continuou a procurar informação genérica, sendo as redes sociais a maior fonte de pesquisa (88 por cento).

Quanto ao uso de transportes público, 91 por cento admitiu ter usado menos este serviço, porque estes se encontravam a funcionar com condicionamentos.

O acesso a serviços também foi bastante usado, principalmente através das plataformas digitais (77 por cento) disponibilizadas pelas instituições.

O estudo indicou ainda que 86 por cento dos angolanos disse ter obedecido a todas as restrições de mobilidade impostas. 91 por cento disse ter lavado sempre as mãos, 74 por cento revela usar frequentemente álcool em gel, 57 por cento admite desinfectar os objectos que usam no dia-a-dia. Contudo, apenas 47 por cento disse usar máscara com frequência.

Para a elaboração deste estudo, foram consideradas 1211 respostas válidas, dadas via online entre 20 de Abril e 4 de Maio deste ano. No entanto, os especialistas admitem realizar um novo estudo para aprofundar estes dados e obter informações adicionais.

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