Ver Angola

Saúde

Anaso anuncia rotura de 'stock' de anti-retrovirais de segunda linha no país

A Rede Angolana das Organizações de Serviços de Sida e Grandes Endemias (Anaso) anunciou esta Quinta-feira que o país está com rotura de 'stock' de anti-retrovirais de segunda linha e que a situação "pode-se alargar" a medicamentos de primeira linha.

: Lynn Bo Bo
Lynn Bo Bo  

Em carta aberta, enviada à agência Lusa, a organização não-governamental refere que a situação de anti-retrovirais de segunda linha no país "é complicada" porque, explica, "muitas pessoas com o VIH/Sida estão sem medicação há algum tempo e justificada pelas autoridades".

"O país vive nesse momento uma situação de rotura de 'stock' dos medicamentos de segunda linha, o que pode obrigar os pacientes a evoluir para uma situação de terceira linha que o país infelizmente não dispõe, porque as drogas são muito caras e ultrapassam a disponibilidade financeira do Governo", lê-se no documento.

A Anaso manifesta também preocupação com os anti-retrovirais de primeira linha cuja disponibilidade "é limitada", considerando ser "urgente o reforço do abastecimento logístico nos próximos tempos para não entrarmos novamente numa situação de rotura".

Segundo estatísticas da ONG, Angola conta com cerca de 350.000 pessoas com o VIH/Sida, das quais 93.000 estão a fazer terapia anti-retroviral e destas cerca de 30 por cento faz tratamento de segunda linha.

Em relação à rotura de 'stock', a Anaso diz que o país "padece de um maior compromisso político que pode comprometer os esforços nacionais para uma resposta mais credível".

"Temos de fazer um esforço muito grande, como país, com a contribuição de parceiros internacionais, para evitar situações futuras de rotura de 'stocks' de anti-retrovirais com consequências graves para muitos angolanos para quem esses medicamentos são essenciais", defende.

Para a Anaso, é necessário um "diálogo aberto" com as direcções provinciais de Saúde para "partilhar as dificuldades com a distribuição dos anti-retrovirais" em época da covid-19, acreditando que as pessoas vivendo com VIH/Sida, tuberculose e malária podem ser assistidas nas unidades sanitárias ou em casa.

A Anaso argumenta que a carta aberta, assinada pelo seu presidente António Coelho, é a visão da sociedade civil sobre a situação dos anti-retrovirais em Angola.

Permita anúncios no nosso site

×

Parece que está a utilizar um bloqueador de anúncios
Utilizamos a publicidade para podermos oferecer-lhe notícias diariamente.