"Considerando as projecções da população do INE para 2020, Angola tem uma população de cerca de 31 milhões de pessoas", começa por explicar o estudo. Ao cruzar esse número com a informação sobre a saúde sexual e reproductiva no país, o PNUD e o Banco Mundial concluíram que em Junho, Julho e Agosto vão nascer cerca de 315 mil crianças no país.
O estudo, chamado "Impacto Socioeconómico da Covid-19 em Angola" revela ainda que há mais de 900 mil mulheres grávidas no país.
As previsões apontam para que nos próximos três meses cerca de 600 mil jovens, com 16 anos, iniciem a sua vida sexual. Esta é a idade média para "a iniciação sexual em Angola", diz o documento, perspectivando que 49,2 por cento dos rapazes e 50,8 por cento das raparigas com 16 anos irão tornar-se sexualmente activos entre Junho e Agosto.
Alertando para as fracas condições dos serviços de saúde nacionais, o documento frisa que há várias unidades foram forçadas a adaptar-se à presença da covid-19 e, a falta de recursos, levou à supressão de alguns serviços de saúde importantes: "Várias unidades primárias de saúde ao nível comunitário começaram a funcionar abaixo da sua capacidade, fornecendo serviços essenciais de forma parcial ou mesmo suprimindo alguns deles, como imunização, atendimento pré-natal, parto institucional, aconselhamento sobre planeamento familiar e aconselhamento e testagem para VIH".
Esta mudança nos serviços de natalidade levou a que o abastecimento de produtos essenciais para a saúde reproductiva – como preservativos e medicamentos para a saúde materna – fosse reduzido, colocando "em risco o progresso alcançado durante os últimos anos para realizar as prioridades nacionais e os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável".
Assim, o estudo aconselha a que sejam adoptadas medidas no sentido de garantir os serviços de saúde essenciais para a "saúde sexual e reproductiva".
Pode consultar o estudo completo aqui.