"Começámos com uma e hoje estamos com quatro e não vamos ficar por aqui. Se vocês trabalharem bem, isso vai-nos encorajar a nomear outras senhoras", terá afirmado o Presidente da República. Contudo, este sistema de nomeação tem sido alvo de críticas.
Aos olhos de Marlene Messele, socióloga e professora universitária, esta afirmação não "cai bem". Em declarações ao DW, a sociologia considera que "as mulheres africanas, particularmente as angolanas, têm lutado e continuam a luta para mostrar as suas competências" e que raramente "saem de um cargo público por causa de um comportamento desviante".
Desde que tomou posse, o chefe de Estado tem feito algumas alterações no Governo, tendo nomeado mulheres para cargos de chefia. É o caso de Sílvia Lutucuta, ministra da Saúde, de Vera Daves, que lidera a pasta das Finanças, de Luísa Grillo, responsável pela Educação, de Adjany Costa que lidera o super-ministério da Cultura, Ambiente e Turismo, entre outras.
A mais recente mudança foi nos governos provinciais: João Lourenço empossou Joana Lina como governandora de Luanda e Lotti Nolika como governadora do Huambo.
Apesar de aplaudir a inclusão de mais duas governadoras, Marlene Messele admite que estas mudanças não são suficientes e é preciso mais mulheres no Executivo.
"Hoje a mulher contribui significativamente para a actividade produtiva da sociedade", sublinha.
Dados do Grupo de Mulheres Parlamentares revelam que até 2018, apenas 40 por cento do parlamento era composto por mulheres.