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Conhecer Angola antes dos portugueses. Cineasta quer contar história pré-colonialização

Manuel Terramoto, que dá aulas de história e é cineasta, quer contar essa mesma história - antes da época das colónias - no cinema. Para isso, está a desenvolver um documentário sobre os reinos que existiam no território ainda os portugueses não tinham chegado a Angola.

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O objectivo do documentário é passar por relatar o aparecimento do Reino do Congo, Matamba e do Ndongo, antes de Portugal ter chegado a terras angolanas, e assim desmistificar algumas das crenças que existem relativamente a estes reinos, explicou.

"Quando falamos da História de Angola, cingimo-nos à chegada dos portugueses, assim como à escravatura, mas a história começou muito antes de eles chegarem ao país. É essa parte que me interessa, em que tenho trabalhado agora. Tal como a antiga Grécia, também temos os nossos mitos", disse, em declarações ao jornal Opaís.

Para já Manuel Terramoto está a escrever o guião do documentário, com base em pesquisas e trabalhos científicos feitos por cientistas angolanos sobre o país antes do tempo das colónias.

O cineasta explicou ainda que antes de terem sido criados os reinos, já existiam pequenas sociedades que tinham crenças religiosas, uma vez que falavam em Deus. No entanto, a falta de registos da altura torna "difícil dizer o século em que isso aconteceu".

Contudo, "é essa parte da história que considero interessante, pelo facto de nunca ter sido retratada em livro e no cinema. Interessa-me retratar a vida dos angolanos antes da existência de Angola, a vida dos angolanos antes da chegada dos europeus e outras descobertas", justificou.

De acordo com o mesmo jornal, Manuel Terramoto já tem tudo pensado para as gravações e realização do documentário. Contudo, o cineasta queixa-se da falta de apoios, admitindo que isso poderá ser um problema para que a produção possa avançar nos próximos meses.

Além disso, devido à presença da covid-19, o professor não acredita que as gravações tenham início antes do final do ano ou nos primeiros meses de 2021.

"Se tivesse financiamento do Estado ou de organizações interessadas, estaria a trabalhar de forma mais célere, com várias equipas e o filme seria desenvolvido em oito meses no máximo. Como estou a lutar com os meus parcos meios, isto arrasta a produção por muito tempo", sublinhou.

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