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Economia

Consultora IHS Markit situa crescimento do país nos 0,5 por cento este ano

A consultora IHS Markit estimou que a dívida pública de Angola tenha ficado nos 90,7 por cento do PIB no final do passado e que o crescimento económico fique nos 0,5 por cento este ano.

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"A taxa de crescimento real do PIB de Angola deve ficar nos 0,5 por cento este ano", disse à Lusa a analista Thea Fourie, vincando que a dívida pública deve ter representado 90,7 por cento do valor da riqueza do país, no ano passado. 

"O peso da dívida do sector público de Angola é maior do que o estimado anteriormente; o aumento do fardo da dívida vai continuar a colocar pressão sobre as obrigações relativas ao serviço da dívida, necessidades externas de liquidez e nos esforços de consolidação orçamental", acrescenta a analista.

As explicações para a redução da previsão de crescimento explicam-se pela austeridade orçamental "garantida pelo programa de apoio financeiro do FMI num contexto de preços baixos do petróleo", a que se juntam a fraca produção de petróleo e uma produção agrícola ainda abaixo do potencial devido à seca no sul do país, "o que afecta a perspetiva de crescimento do PIB".

Sobre a inflação, a IHS Markit prevê que modere para 16 por cento este ano e antevê também que o kwanza se continue a depreciar, ainda que a um ritmo mais baixo do que no ano passado, para chegar, em média, a serem necessários 326 kwanzas por dólar durante este ano.

As previsões da IHS Markit para Angola surgem na mesma altura em que a consultora salientou as dificuldades para a região da África subsaariana, que deverá ter crescido 3 por cento em 2018 e deverá chegar ao final deste ano com uma expansão económica de 3,1 por cento, acelerando para 3,4 por cento em 2020.

"A perspectiva de evolução da região para este ano enfrenta dificuldades quer regionais quer globais", disse o diretor do departamento económico, Bryan Plamondon, numa nota enviada à Lusa.

"A recente intensificação da guerra comercial ensombrou consideravelmente a perspetiva de evolução global", disse, apontando para os 2,8 por cento de previsão de crescimento para este ano e de 2,7 por cento em 2020. 

"O crescimento global mais suave e as tensões comerciais estão a piorar o apoio externo para as economias da África subsaariana e para outros mercados emergentes e em desenvolvimento", acrescentou.

Os maiores riscos, concluiu, são "a volatilidade no preço das matérias-primas, a normalização da política monetária norte-americana, o abrandamento no crescimento do comércio global e as condições climatéricas adversas".

As más infraestruturas, a instabilidade política e a corrupção continuam a ser obstáculos para o desenvolvimento económico da região, que devido ao crescente endividamento tem "os perfis de crédito soberano vulneráveis a mais revisões em baixa, o que pode criar pressão para outra ronda de perdão de dívida".

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