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Dólar no mercado informal de Luanda desce mas continua a custar três vezes mais

O preço de um dólar norte-americano nas ruas de Luanda desceu cerca de cinco por cento nos últimos dias, para 570 kwanzas, mas segue três vezes e meio acima da taxa oficial do nosso país.

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Numa ronda feita pelas ruas da capital angolana, a agência Lusa continua a constatar o crescente receio de quem faz a negociação de dólares na rua, uma prática ilegal mas a única alternativa face à falta de divisas nos bancos, visivelmente vigiados por agentes da polícia.

Apesar dos receios e da forte apreensão, a Lusa acabou por encontrar quem vendesse dólares um pouco por toda a cidade, embora com receios redobrados e relatos do apertar da vigilância policial.

É o caso do bairro do São Paulo, onde comprar uma nota de dólar custava hoje entre 570 kwanzas, semelhante aos preços praticados no Mártires de Kifangondo, ou na Mutamba. No bairro do Prenda, outro dos pontos centrais de Luanda para a venda de dólares na rua, as ‘kinguilas' - como são conhecidas as mulheres que se dedicam a este negócio - pediam 560 kwanzas para vender a nota de um dólar.

Algumas dessas ‘kinguilas' confirmaram à Lusa a tendência de queda dos preços nos últimos dias, face aos 600 kwanzas pedidos em média há uma semana, alegando que "começa a aparecer mais nota".

Receando detenções e as acções de fiscalização da polícia à civil, quem vende desconfia de qualquer abordagem, por recear tratar-se de polícias à civil, alegando sempre que a venda que estão a fazer é de "saldo" (recarregamento do saldo do telemóvel) e não de dólares.

A "falta de dólar" continua a ser a justificação que se ouve nas ruas de Luanda para os preços ainda assim especulativos de quem vende, que em muitos casos, como trabalhadores expatriados, é a única forma de ter acesso a divisas no actual contexto de crise económica, financeira e cambial, decorrente da quebra nas receitas petrolíferas.

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