O sonho transformou-se em realidade e as criações de Teresa já chegaram até à maior fábrica de sonhos da América Latina, vestindo uma das personagens mais irreverentes da novela da Rede Globo, “Amor à Vida”. Dividida entre a moda e o curso de Arquitectura, Teresa quer crescer e expandir a marca e quem sabe chegar até Portugal ou África do Sul. Para já, o objectivo é lançar a próxima colecção da A’frock.
Teresa, antes de mais fale-me um bocadinho de si. Onde nasceu, onde cresceu, como foi a sua infância…
Nasci em Luanda a 30 de Maio de 1993. Aos cinco anos mudei-me para Portugal onde passei a maior parte da minha infância. Aos 13/14 anos voltei para Luanda onde vivi um ano, depois mudei-me para a Namíbia, e por lá fiquei quatro anos até concluir o ensino médio. Mais tarde mudei-me para o Brasil e foi lá que dei início à faculdade de Arquitectura e à A'frock. Neste momento estou a viver em Nova Iorque onde pretendo concluir os meus estudos e aproveitar para expandir a marca.
Quando é que descobriu a sua paixão pela moda?
Desde muito pequena que sempre me interessei por moda, nunca gostei muito de brincar com bonecas, mas amava fazer roupinhas para elas. Sempre sonhei em ter a minha marca, mas durante muitos anos este sonho esteve adormecido.
E quando é que decidiu avançar e criar a A’frock? Porquê este nome?
Há exactamente dois anos atrás resolvi lutar pelo meu sonho, senti que tinha chegado o momento de torna-lo realidade. Sou apaixonada pelo meu País e por África e quis que o nome da marca fosse espelho desta paixão. A'frock = África Rocks.
Qual é a imagem de marca da A’frock?
O objectivo da marca é levar aos consumidores um estilo africano moderno. A A'frock é bastante versátil e pode ser usada tanto no dia-a-dia como em ocasiões mais especiais.
Que tecidos usa na concepção das suas roupas? De onde vêm?
Normalmente misturo panos africanos com vários tipos de tecidos (couro, algodão, entre outros) que, do meu ponto de vista, possam combinar bem. Neste momento tenho comprado todo material e feito toda produção em Nova Iorque.
Diz que a A’frock é a marca de todas as nações, criada de África para o mundo. África é a sua inspiração?
Sim, com certeza. O conceito da marca é criar um casamento entre África e o mundo, levando um pouco do nosso toque africano.
Como surgiu a oportunidade de vestir uma personagem de uma novela brasileira da Rede Globo (a personagem Patrícia da novela de horário nobre "Amor à Vida”)?
No dia do meu desfile no Angola Fashion Week tive a oportunidade de conhecer a apresentadora brasileira Adriana Bombom, que mais tarde veio a ser a madrinha da marca. Quando voltei ao Rio de Janeiro fiz um vestido para ela usar num programa em que era convidada. Este vestido chamou a atenção de um amigo da apresentadora que faz consultoria de moda para a rede Globo.
Quando fomos à Globo, a intenção era ir directamente ao programa “Esquenta”, pois peças com tecidos africanos podiam ser interessantes para o mesmo, visto que já tinham usado algumas vezes. A caminho do “Esquenta” resolvemos passar pelo estúdio de "Amor à Vida" onde o consultor já fazia alguns trabalhos. Não imaginava que as minhas peças fizessem o perfil da novela mas, graças a Deus, as figurinistas encantaram-se por elas. Naquele dia levava comigo umas 12 peças, para minha sorte ficaram 10 para o figurino da novela.
Que impacto teve esta “participação” na sua carreira?
A oportunidade de ter as minhas peças numa novela do horário nobre foi o que determinou praticamente o início da minha carreira. A partir do momento em que a primeira peça da A'frock apareceu na Globo as pessoas passaram a prestar mais atenção à marca e outras só a conheceram depois disso.
Em que outros países gostaria de ter a sua marca representada?
Gostaria de ter a marca representada em Portugal, África do Sul e aqui nos Estados Unidos.
Esteve entre os estilistas convidados para participar na edição 2015 do Moda Luanda, cujo tema era “Around the world”. Como conseguiu projectar esta temática na sua colecção?
Para o tema deste ano levei a colecção "African Royalty". Uma colecção concebida com estampas que remetem a tecidos africanos, cortes bastante modernos usados pelo mundo fora e para dar o toque final usei acessórios tais como turbantes, cachimbos e outros que representam diferentes culturas.
A A’frock dispõe de algum espaço físico em Angola? Como pode o cliente angolano comprar as suas criações?
Infelizmente ainda não temos um espaço físico, mas temos a colecção à venda numa loja online que fornece para África. Temos também a fanpage no Facebook.
Quais são as apostas da marca para este ano?
Bem, depois do Moda Luanda tive que parar um pouco com a produção para poder dedicar-me à faculdade. Sou estudante de Arquitectura e fazer as duas coisas ao mesmo tempo fica muito pesado. Pretendo continuar a expandir a marca e brevemente lançar a colecção para este Verão.
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