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Economia

Abraão Gourgel: Portugal pode ser "porta de acesso" das empresas angolanas à Europa

O ministro da Economia de Angola, Abraão Gourgel, projectou hoje o reforço da cooperação económica com Portugal, fruto do actual nível das relações políticas e da firmeza dos empresários de ambos os países.

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O governante discursava na abertura do primeiro Fórum Empresarial Angola-Portugal, que reúne em Luanda cerca de 600 empresários dos dois países para promover oportunidades de negócios, através do aprofundamento de parcerias entre empresas angolanas e portuguesas. "As perspectivas de cooperação entre Portugal e Angola são hoje boas, uma vez que se perfilam sob um quadro político caracterizado por relações muito próximas entre os dois países, pela firmeza da vontade dos empresários das partes em promover a cooperação em todos os domínios e por um volume ainda maior de negócios e parcerias", enfatizou o ministro angolano.

Pouco antes de assinar, em conjunto com o ministro português da Economia, António Pires de Lima, o acordo para a criação do Observatório dos investimentos angolanos em Portugal e portugueses em Angola, Abraão Gourgel sublinhou o peso crescente das trocas comerciais e investimentos entre os dois países, admitindo uma "profícua colaboração e cooperação empresarial e económica". "Portugal sempre foi um parceiro privilegiado de Angola, em termos de comércio e de investimento, mesmo nos tempos difíceis da guerra", apontou o ministro angolano. As exportações portuguesas para Angola aumentaram entre 2010 e 2014 a uma taxa média de 14,2 por cento ao ano, enquanto as vendas angolanas a Portugal cresceram mais de 40 por cento, no mesmo período, sobretudo petróleo bruto.

Ainda assim, enfatizou Abraão Gourgel, as trocas comerciais entre os dois países apresentaram em 2014 um saldo positivo para Portugal de 1569 milhões de euros, devido às necessidades de importação angolanas para industrialização e face ao crescimento da classe média do país. Segundo números de 2013, mais de 9.400 empresas portuguesas exportavam para Angola e cerca de 2.000, angolanas, são participadas por capital português.

O ministro da Economia defendeu ainda o estabelecimento de parceiras com empresários angolanos, nomeadamente por investidores portugueses, tendo em conta as dificuldades financeiras provocadas pela quebra nas receitas com a exportação de petróleo - que já provocou uma redução de 25 por cento nas exportações portuguesas no primeiro trimestre do ano, assumindo como "crítico" promover a diversificação da economia angolana além do petróleo.

Perspectivando um quadro de "fundadas expectativas favoráveis" no reforço das relações bilaterais, o governante recordou que Angola pode servir como porta de entrada dos produtos portugueses no mercado da África central e com Portugal a ser "porta de acesso" das empresas angolanas à Europa. Além dos sectores da construção civil, banca e energia, o Governo angolano prevê "promissoras" oportunidades de parcerias empresariais com investidores portugueses nos sectores de materiais de construção, cerâmica, mobiliário, tecnologias de informação, seguros, saúde, agricultura, pescas, energia hidroeléctrico, minas e turismo.

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