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Quase 2,7 milhões de angolanos alfabetizados em três anos

Quase 2,7 milhões de angolanos foram alfabetizados desde 2012, mas razões culturais continuam a afastar milhares de mulheres do ensino de adultos, segundo o mais recente relatório social produzido pela Universidade Católica de Angola.

Domingos Cadencia:

De acordo com dados revelados pelo Director Nacional para a Educação de Adultos, Makulo Valentim, nos últimos três anos foram alfabetizados 2.695.158 angolanos, 70 por cento dos quais mulheres. Este número representa mais de 10 por cento da população nacional, contabilizada em 2014 em 24,3 milhões de pessoas.

O nosso país tem em curso desde 2012 um plano estratégico para a revitalização da alfabetização, tendo o Ministério da Educação lançado, na sequência, a Campanha Nacional da Alfabetização, que permitiu passar de 7.644 técnicos alfabetizadores para 19.418.

"Passámos das 450 mil pessoas que alfabetizávamos por ano, em 2012, para, em média, 700 mil pessoas por ano", explicou Makulo Valentim, em declarações emitidas hoje pela rádio pública angolana.

Já segundo o relatório social de 2014 da Universidade Católica, as mulheres são, ainda, as que em menor número fazem parte das turmas de alfabetização em todo o país. "Nas áreas rurais, onde sobretudo razões culturais estão na base dessa ausência, em função da predominância da ordem patriarcal, apenas 37,3 por cento das mulheres entre os 20 e os 40 anos sabem ler e escrever, contra mais de 80 por cento das áreas urbanas", aponta o documento, a que a Lusa teve acesso.

O relatório, lançado este mês em Luanda, conclui por isso pela "prevalência do analfabetismo nas áreas rurais e nas províncias do interior", em comparação com as cidades e as regiões do litoral.

Oficialmente, a taxa de analfabetismo no país estava calculada em 2014 nos 30 por cento.

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