O país até regista uma pontuação elevada no capítulo da energia e electricidade (64,52 pontos), mas tem valores mais baixos nas outras quatro dimensões sob avaliação, inclusão socioeconómica (43,30), integração regional (38,94), soberania alimentar (36,74) e, sobretudo, quanto à industrialização (26,09).
"As famílias angolanas classificaram a qualidade dos serviços recebidos em todas as dimensões como moderada, reclamando melhorias na qualidade e na prestação", em resposta a um inquérito incluído na pesquisa relativa a 2024.
Segundo o relatório, para "melhorar a qualidade de vida" dos cidadãos angolanos, é necessária "uma melhoria significativa na prestação de serviços nas áreas da industrialização, segurança alimentar, integração regional e serviços sociais".
"Em particular, o desenvolvimento da cadeia de valor agrícola, a liberdade de circulação, a ratificação de acordos regionais, os parques industriais, o ambiente de negócios, a saúde, o abastecimento de água e o saneamento exigem uma atenção urgente", assinalou o BAD.
O banco deixa, no entanto, uma nota de optimismo, referindo que, "em cada dimensão, demonstra-se um empenho de Angola na diversificação da sua economia", melhorar serviços e qualidade de vida, em geral.
"Em colaboração com investidores internacionais e organismos regionais, o Governo continua a prosseguir reformas e projectos que prometem um futuro mais próspero", conclui o BAD.
Entre os 53 países avaliados, Angola está em 43.º lugar na classificação liderada pelas ilhas Maurícias com 59,96 pontos, seguindo-se o Egipto (58,99) e a África do Sul (58,89).
O BAD apresentou o PSDI como "um recurso inovador que oferece informações valiosas para ajudar a impulsionar mudanças positivas na prestação de serviços públicos essenciais".
"A urgência em abordar a prestação de serviços públicos em África é salientada pelo ritmo lento de melhoria da qualidade de vida dos africanos. No entanto, a qualidade dos serviços raramente é avaliada" e é essa "lacuna" que o novo índice pretende preencher, explicou a instituição.
Elaborado pelo Instituto Africano de Desenvolvimento – o ponto focal do grupo BAD para apoio ao desenvolvimento de capacidades institucionais nos seus países-membros regionais – em parceria com partes interessadas, o relatório pretende servir de "ponto de partida para discussões sobre como melhorar a transparência e a prestação de contas na prestação de serviços públicos. Será revisto e reformulado nos relatórios bienais subsequentes", concluiu.