A decisão foi formalizada numa reunião regional sobre a resposta ao mpox e outras emergências de saúde, realizada em Nairobi, capital do Quénia, segundo um comunicado de imprensa do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças de África (CDC África).
No encontro, representantes de Angola, São Tomé e Príncipe, República Democrática do Congo (RDCongo), Burundi, Malaui, Ruanda, Uganda, Sudão do Sul, Zâmbia, Quénia, República Popular do Congo e República Centro-Africana assumiram o compromisso de cooperação com organizações internacionais, sociedade civil e especialistas em saúde de todo o continente para facilitarem uma resposta relativa à prevenção e ao controlo de surtos de doenças, explicou a entidade.
"As epidemias não conhecem fronteiras, daí a necessidade de reforçar a colaboração e coordenação transfronteiriças, afirmou a especialista em saúde do Banco Mundial na RDCongo, Linda Mobula.
Este acordo visa ainda melhorar os desafios ligados à transmissão transfronteiriça, os mecanismos de partilha de dados entre países e o acompanhamento da mobilidade das populações afectadas, referiu o CDC África.
"Espera-se igualmente que este compromisso dinamize recursos financeiros e técnicos para estratégias sustentáveis de resposta ao mpox", indicou.
O Banco Mundial, em colaboração com a agência de saúde pública da União Africana, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e outros parceiros como a Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) e a Organização Internacional para as Migrações (OIM), convocou a reunião para fomentar o envolvimento político, debates técnicos e a cooperação entre países e partes interessadas.
"A dimensão regional do surto de mpox exige uma solução colectiva. É por isso que esta reunião é tão importante — não é apenas um fórum de troca de conhecimento, mas também uma plataforma de acção conjunta", afirmou o gestor regional interino para resposta a emergências do Escritório Regional da OMS para África, mpox
A resposta ao mpox assenta em pilares como a vigilância epidemiológica, o diagnóstico laboratorial, a gestão clínica, a vacinação, a investigação, a comunicação de risco, o financiamento sustentável, o alinhamento de políticas e reforço de capacidades, que foram debatidos ao longo do encontro, referiu o CDC África.
África registou desde o início de 2024 um total de 132.954 casos (30.668 confirmados por análise) e 1761 mortes (176 confirmadas por testes) devido ao contágio por mpox, revelou a 15 de Maio o CDC África.
A RDCongo, país vizinho de Angola, continua a ser o epicentro da doença, com 101.460 casos (18.354 confirmados) e 1761 mortes (107 confirmadas) desde o início de 2024, concentrados no leste do país que enfrenta, constantemente, episódios de violência desde 1980.