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Agência de petróleos apela para operadores usarem tecnologia subaquática local

A agência de petróleos apelou esta Quarta-feira aos operadores a utilizarem o primeiro Centro de Alta Tecnologia Subsea, um investimento de 30 milhões de dólares, para incentivar outras empresas em apostas iguais.

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O pedido foi feito esta Quarta-feira pelo presidente do conselho de administração da Agência Nacional de Petróleos, Gás e Biocombustíveis, Paulino Jerónimo, no final da visita que efectuou a este centro construído pela Aker Solution Enterprises (Aksel) e inaugurado em Novembro de 2021, em Luanda.

Paulino Jerónimo considerou o projecto "muito importante para Angola", porque até antes da sua instalação, "todos os operadores quando tivessem problemas de teste ou de manutenção de equipamento subaquático eram obrigados a exportar para a Europa ou para os Estados Unidos da América [EUA]".

"O primeiro grande constrangimento que encontravam é o tempo de autorização para exportar o equipamento, muitas vezes chegava a cinco, seis meses, com este centro deixa de haver necessidade dessa exportação, deixa de haver necessidade dessa discussão de cinco a seis meses com as autoridades alfandegárias e passamos a montar aqui os equipamentos", realçou.

Segundo Paulino Jerónimo, o centro tem ainda a vantagem de além de testar, fazer manutenção e reparação de equipamento produzido por si, atender os de outras empresas.

Para o presidente da agência de petróleos, outra vantagem é "a passagem do 'know-how', no contexto do conteúdo local".

"Queremos não só produzir, não só realizar os trabalhos aqui, mas também queremos que o 'know-how' seja passado para os angolanos, que daqui a algum tempo teremos somente angolanos a fazer este tipo de trabalho, isso é que é de facto o verdadeiro conteúdo local", frisou.

O responsável reiterou o ganho para o país, olhando para os prejuízos que eram causados à economia angolana, com a paralisação da produção.

"A Aksel precisa fazer mais 'marketing', mas também temos responsabilidade, como Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis, de definitivamente pedir, exigir, aos operadores que utilizem o que foi instalado aqui, porque se não utilizarmos não vamos incentivar outras empresas a fazer o mesmo, a abrirem outro tipo de serviços em Angola", salientou.

Por sua vez, o chairman da Aksel, Pedro Godinho, considerou que a agência poderá jogar um papel muito importante na sensibilização dos operadores e também dos demais 'players' no mercado, para a utilização desta tecnologia.

"No passado, para tirarmos uma árvore de Natal que já estava em operação debaixo do mar, muitas vezes levava três a quatro meses, porque tem que se mobilizar uma sonda, que tem que lá ir, tem que retirar a árvore de Natal, quer dizer que fechava-se a produção", explicou.

Pedro Godinho sublinhou que a instalação desta tecnologia no país permite que entre um ou dois meses essas preocupações sejam atendidas, com a utilização dessas competências locais.

"Um poço que produz 3000 barris dia e, por exemplo, um caso actual que são 100 dólares o barril, fecha-se esse poço por 365 dias (...) num dia o país perde 300 mil dólares, se multiplicarmos isso por 365 são 109 milhões de dólares", exemplificou.

"Estamos a utilizar as mesmas tecnologias que são usadas nos EUA, em UK [Reino Unido] e em outras geografias, que é com isso que Angola está a evoluir com este princípio do 'local content'", disse, informando que tiveram já um contacto da petrolífera francesa Total, a partir do Congo, para testes em Angola.

O investimento privado avaliado em 30 milhões de dólares foi realizado pela Aksel, uma 'joint venture' de direito angolano, que resulta da fusão de interesses entre a empresa norueguesa Aker Solutions (49 por cento) e a empresa angolana Prodiamam Oil Services (51 por cento).

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