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British Airways deixa de voar para Angola por falta de rentabilidade

A British Airways vai suspender as ligações aéreas entre Londres e Luanda a partir de Junho, alegando que não são viáveis, informou à agência Lusa fonte oficial da companhia britânica.

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De acordo com a fonte, as ligações aéreas, até agora duas vezes por semana entre as duas cidades, deixam de ser realizadas depois de 7 de Junho (para Angola) e de 9 de Junho (para Heathrow).

A decisão é justificada pela British Airways porque "os voos não são comercialmente viáveis", garantindo a companhia que os passageiros com bilhetes já adquiridos para voos a realizar após a data da suspensão da ligação "receberão um reembolso total ou poderão ser remarcados num serviço anterior no final de Maio ou início de Junho".

A falta de passageiros tinha já levado a transportadora espanhola Ibéria a suspender, em Junho de 2016, as três ligações aéreas semanais entre Luanda e Madrid.

Algumas companhias, nomeadamente a portuguesa TAP, já tinham restringido o pagamento em moeda nacional (kwanza) a viagens apenas com origem em Luanda, devido à falta de divisas para repatriar os dividendos. A companhia portuguesa reduziu em 2016 as ligações aéreas para Luanda de dez para oito frequências semanais.

A companhia árabe Emirates reduziu igualmente, em 2017, as ligações aéreas directas para Luanda, queixando-se de dividendos, provenientes da venda de bilhetes, por repatriar em Angola.

A dívida do país para as companhias áreas estrangeiras estava avaliada no início deste ano em 540 milhões de dólares, disse em Janeiro o presidente do Conselho de Administração da Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA), Alexandre Juniac, considerando a situação preocupante.

Falando aos jornalistas em Luanda, à margem da conferência internacional sobre aviação civil, o responsável considerou ainda crítica a situação dos bloqueios impostos para as transportadoras repatriarem os seus rendimentos, alertando que a situação pode impedir companhias de voar para Angola.

"Porque se não estiver a pagar é claro que não vai aumentar novas rotas e frequências para Angola, daí ser um problema que deve ser resolvido", observou.

O presidente da IATA explicou ainda que a questão dos recursos bloqueados não se regista apenas em Angola, mas em mais oito países africanos, argumentando que apesar de estes países estarem a viver grande problemas económicos a "saída não é bloquear recursos".

"É do interesse de todos garantir o pagamento adequado das companhias áreas, a taxas de câmbio justas e no valor total", explicou.

De acordo com Alexandre Juniac, em face desta dívida, a IATA elaborou um plano de 12 meses já apresentado ao Governo, com o intuito de se desbloquear a situação.

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