João Lourenço discursava na abertura da VIII reunião de embaixadores de Angola no exterior, encontro em que serão abordados aspectos administrativos e financeiros do Ministério das Relações Exteriores.
"Por isso mesmo, é importante que vossas excelências, nos países e nas zonas da vossa actuação, façam a observação criteriosa dos fenómenos que aí ocorrem, para que contribuam com ideias que sirvam de base aos órgãos centrais para formularem políticas adequadas ao momento e que favoreçam o estreitamento dos laços de cooperação, amizade e solidariedade com esses mesmos países", referiu.
O chefe de Estado destacou as acções a desenvolver em África, para onde deverão convergir os esforços não só para melhorar cada vez mais as relações com os países africanos, mas também para prestar a assistência possível, contribuindo na resolução dos conflitos onde ainda subsistem.
Os conflitos na República Democrática do Congo, na República Centro-Africana, no Burundi e no Sudão do Sul são os que João Lourenço defendeu a necessidade de esforços no sentido de se desenharem soluções políticas e diplomáticas assentes no diálogo, que concorram para o restabelecimento da paz nesses países.
"No caso particular da RDCongo, até mesmo pelas incidências directas do conflito no nosso país, a República de Angola vai continuar a empenhar-se conjuntamente com outros parceiros regionais e internacionais, no sentido de que o Governo do Congo Democrático implemente cabalmente os acordos internamente estabelecidos", disse João Lourenço, realçando que estes passos serão dados respeitando a soberania do Estado congolês.
O terrorismo em África, a imigração ilegal e o contrabando nas suas múltiplas vertentes são aspectos que a diplomacia angolana não deve descurar.
Ainda no plano internacional, fora do continente africano, o chefe de Estado expressou o desejo de Angola "de que se observem as normas de direito internacional e as resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas, como instrumentos válidos para a resolução dos problemas que o mundo vai enfrentando.
João Lourenço congratulou-se com a perspectiva de paz duradoura que se abre na resolução do conflito na península coreana, mas em relação ao velho conflito no médio oriente, que opõe palestinos e israelitas, Angola continua a defender a necessidade do estrito respeito das resoluções do conselho de Segurança da ONU, que apontam para a criação do Estado da Palestina, convivendo pacificamente com o Estado de Israel.
O Presidente da República lamentou o nível preocupante deste conflito, que acabou por se internacionalizar, com o envolvimento dos Estados Unidos da América, Rússia, Turquia, Irão e Israel, fazendo daquele território "um verdadeiro barril de pólvora, que já causou a morte de milhares de cidadãos, a destruição de cidades inteiras e um elevadíssimo número de refugiados".