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Economia

Directores financeiros optimistas em relação ao futuro das suas empresas

Em 2018, a maioria dos CFOs (Chief Financial Officer ou Director Financeiro) em Angola (71 por cento) está confiante em relação aos resultados financeiros das suas empresas, antecipando melhorias ligeiras ou significativas do ambiente de negócios.

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Na projecção do próximo triénio, a estatística é ainda mais positiva, com 86 por cento dos inquiridos a mostrar-se optimista e a acreditar que a performance financeira vai melhorar, revela a 2.ª edição do estudo “CFO Survey Angola”, da Deloitte.

Quando questionados sobre as direcções estratégicas, os inquiridos acreditam que estas irão passar pela aposta na melhoria das operações da empresa e na experiência e fidelização dos clientes. A consolidação de operações, redução de custos operacionais, aumento da eficiência operacional e optimização de processos são actualmente as estratégias mais seguidas pelos CFOs inquiridos (71 por cento). Para apenas 7 por cento as operações não fazem parte do foco estratégico das suas empresas. 

“Pelo segundo ano consecutivo, convidámos os CFOs das maiores empresas em Angola a partilhar as suas perspectivas sobre a realidade económica do país, os seus desafios e a sua visão para o futuro. Apesar dos inquiridos estarem mais confiantes quanto às perspectivas de negócio das suas empresas, mantêm um grau saudável de cautela quanto ao futuro, continuando a focar a estratégia na melhoria das operações actuais e dando maior importância ao valor da marca e à angariação/retenção de clientes, face ao ano anterior, fazendo desta forma uma descolagem financeira com bases sólidas”, afirma Luís Alves, sócio da Deloitte Angola, em comunicado. 

Prioridade em reinvestir na própria empresa

Apesar de alguma divergência quanto às prioridades levadas a cabo pelos CFOs, a maioria sugere o reinvestimento de fundos na empresa. Cerca de 30 por cento dos CFOs elegem o investimento em nova capacidade (CAPEX) como primeira prioridade, 35 por cento escolhem o pagamento de dívidas como segunda prioridade e 63 por cento indicam a melhoria das operações actuais como terceira prioridade.

“Este indicador demonstra que os CFOs apontam a reutilização dos fundos ou rendimentos na própria empresa e revela que estes acreditam no potencial das empresas nas quais operam”, refere Luís Alves. “Este reinvestimento tanto é feito por via da melhoria de operações, do investimento em bens de capital, como na investigação e desenvolvimento, entre outras medidas”, remata.

Líderes preocupados com futuro

As principais preocupações económicas dos CFOs estão relacionadas com a actual desvalorização do kwanza, a dificuldade de acesso a divisas e a produtos importados. No top 3 das preocupações económicas encontram-se o acesso a divisas para o pagamento de responsabilidades no exterior do país, o acesso a matérias-primas e acesso a outros factores de produção, e a volatilidade cambial. 

As preocupações dos CFOs não são apenas provenientes da envolvente externa. Na opinião dos inquiridos também existem factores internos que criam obstáculos ao bom funcionamento das empresas. Mais de 30 por cento dos CFOs referem as insuficientes competências do staff de apoio como uma preocupação central, um constrangimento que já havia sido identificado como crítico no ano anterior. 

Taxas de juro descendentes e financiamento considerado dispendioso

A generalidade dos CFOs espera que as taxas de juro tenham uma tendência decrescente até ao final de 2020. No entanto, a curto prazo, a maioria dos directores financeiros acredita que as taxas se manterão ou aumentarão, ao longo de 2018.

À semelhança dos anos anteriores, os CFOs consideram que os pedidos de novos financiamentos ou capitais disponíveis são excessivamente onerosos, com 31 por cento a afirmarem serem caros e 69 por cento muito caros.

No que à obtenção de crédito diz respeito, as opiniões divergem entre a facilidade (39 por cento) e a complexidade (49 por cento), sendo que apenas 6 por cento dos inquiridos acreditam que a atribuição de crédito é moderadamente facilitada.

“O país debate-se com uma conjuntura de incerteza económica, aliada a um contexto de transição politica, que faz com que a falta de divisas e de outros recursos sejam grandes obstáculos ao desenvolvimento do sector privado e levem à redução da actividade com todas as consequências inerentes”, destaca Luís Alves, sócio da Deloitte Angola.

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