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Jack Nkanga: “A minha música é o meu cartão-de-visita”

Músico em experimentação. Compositor, produtor e autodidacta. Assim se apresenta Jack Nkanga. O cantor, que também fundou a sua própria produtora musical, Konono Soul Music, não quer ser apenas mais um. Dono de um estilo musical muito particular, Jack Nkanga é um artista com uma missão: levar um som novo ao mundo. Nomeado em duas categorias para os Angola Music Awards, entre elas a de “Artista Revelação do Ano”, o músico não esconde a vontade de sair vencedor da gala de 30 de Maio.

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Está nomeado em duas categorias para os Angola MusicAwards. Como encara estas nomeações?

É sempre bom, pois são marcas do meu registo enquanto artista e ser humano. Gosto da ideia de ser o que sou (artista), pois tenho a possibilidade de existir eternamente através da imagem que vou ilustrando pelo mundo. É uma forma das pessoas reconhecerem o meu trabalho e, por outro lado, serve também de criação duma plataforma de melhores oportunidades na minha carreira artística. 

Que expectativas guarda para o dia 30 de Maio?

O mesmo que um árduo trabalhador, conquistar o que é seu por direito.

Pensa nestas nomeações como uma oportunidade de levar a sua música a mais pessoas? 

Levar a mais pessoas por Angola não sei, pois nem sempre que se ganha um prémio o artista sobe mais degraus. Agora pelo mundo sim, pois pelos caminhos nos quais me direcciono consegue-se ver a trajectória do artista, onde está situado, e como ajudá-lo a seguir até atingir o cume.

Quando nasceu a sua paixão pela música?

Desde infância, tenho a felicidade desta natureza abraçar-me a mim e às pessoas que me rodeiam, neste caso a família, que num futuro próximo poderá ser das mais prestigiadas na matéria das artes (música).

É considerado um dos novos talentos da música nacional, mas entretanto já começou a dar os primeiros passos a nível internacional. Como surgiu a oportunidade de mostrar a sua música nos EUA no início deste ano?

Tenho sonhos, talento, fé e foco, chamo a isso a minha harmonia de vida, com ela vivo a vida, pintando quadros e faço fotos (risos). Comecei por criar oportunidades antes do lançamento do “Oops!”. Isso através do meu cartão-de-visita que é a minha música, repleta de várias harmonias que no termo é universal, dia após dia ela encontra os seus palcos e a vida segue até ao infinito.

Como correu a experiência?

Correu bem, cantar em Nova Iorque tornou-me mais confiante, é o maior palco do mundo, portanto significa muito para qualquer artista. Logo no primeiro concerto em Shrine, tive a confirmação de que eu pertencia ali pela forma como o público reagia à minha música. Graças a isso volto a apresentar-me novamente por lá entre Julho e Agosto deste ano.

Considera-se um artista em experimentação. Fale-me um pouco do seu estilo musical e das suas influências.

Sou sim, um artista em experimentação, tenho a missão de trazer um novo som, algo particular mas ao mesmo tempo popular. Neste momento desenvolvo o Konono Soul, que para mim é a combinação da música negra numa harmonia própria dando vida aos elementos derivados de Konono (que é a música típica dos povos Bazombo, situados no norte de Angola) Funk, Punk, Soul, Jazz... 

O que pretende transmitir com a sua música?

Pretendo transmitir a liberdade que um ser humano tem dentro do cosmos de apresentar-se, ao contrário de injustiçar, oprimir ou mesmo ser ditador para com os meus próximos, música é luz, amor, sorrir. E é assim devemos todos viver a vida quando nos consideramos filhos dum criador (Deus).

Como está a correr a promoção do seu disco de estreia, “Oops”? Que críticas tem recebido?

De forma humilde, mas bem, neste momento promove-se mais fora do país através dos palcos que vou pisando na Europa e América, isto desde Outubro do ano passado. Em Angola, até aqui, só o apresentamos ainda por Luanda e Lubango, mas estamos com previsões de levá-lo para mais províncias, com datas a anunciar.

Recentemente esteve a dar concertos em alguns países europeus. Considera o público europeu muito diferente do público angolano?

Tenho estado a tocar na Europa há três anos e a recepção realmente tem sido satisfatória pelo facto do nível de compreensão da musicalidade que apresento de momento. Mas com a devida promoção chegará o momento de Angola elevar a música universal feita por artistas angolanos.

Fale-me um pouco do seu próximo projecto musical “Konono Soul”.

De momento é o meu projecto mais esperado a nível pessoal, identifico-me bastante com ele. É com o Konono Soul que pretendo conquistar o mundo, quero subir degraus superiores e elevar África, o meu continente, vítima de muitos males mas sempre sorridente.

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