Está nomeado em duas categorias para os Angola MusicAwards. Como encara estas nomeações?
É sempre bom, pois são marcas do meu registo enquanto artista e ser humano. Gosto da ideia de ser o que sou (artista), pois tenho a possibilidade de existir eternamente através da imagem que vou ilustrando pelo mundo. É uma forma das pessoas reconhecerem o meu trabalho e, por outro lado, serve também de criação duma plataforma de melhores oportunidades na minha carreira artística.
Que expectativas guarda para o dia 30 de Maio?
O mesmo que um árduo trabalhador, conquistar o que é seu por direito.
Pensa nestas nomeações como uma oportunidade de levar a sua música a mais pessoas?
Levar a mais pessoas por Angola não sei, pois nem sempre que se ganha um prémio o artista sobe mais degraus. Agora pelo mundo sim, pois pelos caminhos nos quais me direcciono consegue-se ver a trajectória do artista, onde está situado, e como ajudá-lo a seguir até atingir o cume.
Quando nasceu a sua paixão pela música?
Desde infância, tenho a felicidade desta natureza abraçar-me a mim e às pessoas que me rodeiam, neste caso a família, que num futuro próximo poderá ser das mais prestigiadas na matéria das artes (música).
É considerado um dos novos talentos da música nacional, mas entretanto já começou a dar os primeiros passos a nível internacional. Como surgiu a oportunidade de mostrar a sua música nos EUA no início deste ano?
Tenho sonhos, talento, fé e foco, chamo a isso a minha harmonia de vida, com ela vivo a vida, pintando quadros e faço fotos (risos). Comecei por criar oportunidades antes do lançamento do “Oops!”. Isso através do meu cartão-de-visita que é a minha música, repleta de várias harmonias que no termo é universal, dia após dia ela encontra os seus palcos e a vida segue até ao infinito.
Como correu a experiência?
Correu bem, cantar em Nova Iorque tornou-me mais confiante, é o maior palco do mundo, portanto significa muito para qualquer artista. Logo no primeiro concerto em Shrine, tive a confirmação de que eu pertencia ali pela forma como o público reagia à minha música. Graças a isso volto a apresentar-me novamente por lá entre Julho e Agosto deste ano.
Considera-se um artista em experimentação. Fale-me um pouco do seu estilo musical e das suas influências.
Sou sim, um artista em experimentação, tenho a missão de trazer um novo som, algo particular mas ao mesmo tempo popular. Neste momento desenvolvo o Konono Soul, que para mim é a combinação da música negra numa harmonia própria dando vida aos elementos derivados de Konono (que é a música típica dos povos Bazombo, situados no norte de Angola) Funk, Punk, Soul, Jazz...
O que pretende transmitir com a sua música?
Pretendo transmitir a liberdade que um ser humano tem dentro do cosmos de apresentar-se, ao contrário de injustiçar, oprimir ou mesmo ser ditador para com os meus próximos, música é luz, amor, sorrir. E é assim devemos todos viver a vida quando nos consideramos filhos dum criador (Deus).
Como está a correr a promoção do seu disco de estreia, “Oops”? Que críticas tem recebido?
De forma humilde, mas bem, neste momento promove-se mais fora do país através dos palcos que vou pisando na Europa e América, isto desde Outubro do ano passado. Em Angola, até aqui, só o apresentamos ainda por Luanda e Lubango, mas estamos com previsões de levá-lo para mais províncias, com datas a anunciar.
Recentemente esteve a dar concertos em alguns países europeus. Considera o público europeu muito diferente do público angolano?
Tenho estado a tocar na Europa há três anos e a recepção realmente tem sido satisfatória pelo facto do nível de compreensão da musicalidade que apresento de momento. Mas com a devida promoção chegará o momento de Angola elevar a música universal feita por artistas angolanos.
Fale-me um pouco do seu próximo projecto musical “Konono Soul”.
De momento é o meu projecto mais esperado a nível pessoal, identifico-me bastante com ele. É com o Konono Soul que pretendo conquistar o mundo, quero subir degraus superiores e elevar África, o meu continente, vítima de muitos males mas sempre sorridente.