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Angola ainda pode dizer “sim” ao novo Acordo Ortográfico

O Governo angolano continua sem se pronunciar sobre a ratificação final do novo Acordo Ortográfico da língua portuguesa, numa altura em que Portugal se prepara para tornar obrigatória a sua utilização no país.

Pedro Cunha:

As últimas informações sobre o processo, divulgadas pela Coordenadora Nacional do Instituto Internacional de Língua Portuguesa (IILP), Ana Paula Henriques, referem que Angola pretende a "correcção de bases identificadas como carentes de informação suficiente técnica e científica", de forma a fazer uma "gestão da língua sem constrangimentos".

Estas conclusões resultaram de um encontro de esclarecimento realizado em Abril, em Luanda, pelo IILP, durante o qual foi divulgado que o Governo angolano pretende ainda que todos os países tenham a possibilidade de manter um vocabulário ortográfico nacional, mantendo em aberto uma decisão sobre a ratificação do acordo.

Ainda em Setembro passado, questionado pela Lusa, o ministro da Educação angolano, Pinda Simão, garantia que o país "está a trabalhar" sobre o novo acordo ortográfico da língua portuguesa e que no "devido momento" será tomada uma decisão. "Depende de Angola, de quando Angola decidir [sobre a adesão ou não ao acordo]", afirmou Pinda Simão, que coordena este processo no país.

"É um assunto do Estado e no devido momento Angola vai dar as informações que lhe cabem", disse ainda o ministro, sem adiantar mais pormenores, desconhecendo-se qualquer desenvolvimento neste processo desde então.

O português é a língua oficial em Angola, mas o país conta com seis principais línguas nacionais, muitas das quais acabaram por incorporar alguns conceitos e palavras, face à longa presença colonial portuguesa.

O Acordo Ortográfico foi ratificado pela maioria dos países lusófonos, à excepção de Angola e Moçambique. Portugal e Brasil estabeleceram moratórias para a aplicação do acordo, estando prevista a entrada em vigor efectiva a 13 de Maio e a 1 de Janeiro próximos, respectivamente.

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