Angola soma 10.771 casos e 404 mortes devido à doença, que está a crescer a nível mundial, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), que associa o aumento global da cólera aos conflitos, catástrofes naturais e alterações climáticas.
Segundo o representante da Organização Mundial de Saúde, Philippe Barboza, Luanda foi gravemente afectada e, no último mês, o país registou quase 3500 casos, o que representa 56 por cento do total em África.
Angola, com 36 por cento dos casos notificados em todo o mundo é também um dos países com maior taxa de letalidade, próxima dos 4 por cento, acima da taxa de 1 por cento definida como admissível pela OMS.
A cólera está também a afectar países anteriormente livres da doença, como a Namíbia, que, pela primeira vez em 10 anos, registou infeções este ano, enquanto o Quénia, o Malawi, a Zâmbia e o Zimbabué estão também a registar um ressurgimento.
Os recentes cortes no financiamento da ajuda internacional também estão a dificultar o combate à doença, segundo o especialista da OMS, destacando que os surtos estão a ficar piores.
Segundo o Ministério da Saúde, nas últimas 24 horas foram notificados ao Centro de Processamento de Dados do Sistema de Vigilância Epidemiológica da Direção Nacional de Saúde Pública, 206 casos de cólera.
A província de Benguela, com 83 casos, é agora o epicentro da doença, que está espalhada por 17 das 21 províncias nacionais.
Nas últimas 24 horas foram registados 6 óbitos e estão internadas 625 pessoas com cólera.
Desde o início do surto, a 7 de Janeiro, foi reportado um total cumulativo de 10.771 casos, mais de 40 por cento dos quais na província de Luanda.
A cólera é uma infecção intestinal transmitida pela ingestão de água ou alimentos contaminados, associada à insalubridade, más condições de saneamento e falta de qualidade da água.