As declarações foram proferidas por Joaquim Piedade, coordenador da comissão de gestão da empresa de capitais públicos que actua no transporte de cargas e como operadora de terminais portuários e aeroportuários, à margem da cerimónia de assinatura de um acordo com o grupo Abu Dhabi Ports.
O acordo visa a criação de um consórcio para operar o terminal polivalente de Luanda por um período de 20 anos, prorrogável por mais dez, com um investimento que totaliza 410 milhões de dólares, prevendo a modernização das infra-estruturas portuárias e operação no segmento portuário, logístico e aéreo.
O responsável da Unicargas adiantou que os investimentos do grupo dos Emirados Árabes Unidos vão contribuir "para transformar Angola num 'hub' logístico para a região" e adiantou que vão dar continuidade com um memorando de entendimento com a Secil Marítima, que prevê a operação conjunta do Terminal de Carga Aérea da Catumbela (Benguela), para potenciar o domínio da carga aérea do Corredor do Lobito.
"Fruto desses investimentos vamos expandir a nossa actividade para a região", afirmou, destacando a "grande atenção" dada aos países sem acesso ao mar, como a RDCongo e a Zâmbia, para onde a Unicargas vai expandir a actividade para escoar produtos para a região.
"Hoje fazemos a distribuição a nível nacional, mas queremos levar e trazer mercadoria dos países que estão na nossa fronteira como a RDCongo e a Zâmbia", disse Joaquim Piedade estimando iniciar esta actividade em Agosto.
No ano passado, a Unicargas alcançou um volume de negócios de 15 mil milhões de kwanzas que Joaquim Piedade espera triplicar nos próximos anos.
O gestor prevê que o primeiro ano de parceria com a AD Ports seja "intenso" a nível de investimentos em infra-estrutura portuária, beneficiando aquele que é o maior segmento de negócio da Unicargas.
Actualmente, a empresa opera apenas 10 por cento do Porto de Luanda devido à falta de profundidade que limita a capacidade dos navios que escalam o terminal actualmente gerido pela Unicargas.
"Vamos passar a ter uma realidade diferente [depois dos próximos 18 meses]", já que os actuais nove metros de profundidade vão ser ampliados para 16 metros, permitindo receber navios de maior calado.
"Hoje temos capacidade para operar navios de 1.000 TEUs [medida de carga de contentores], com essa transformação vamos ter capacidade de operar navios com 9.000 TEUs", adiantou Joaquim Piedade.