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ONG’s condenam ataque contra caravana da UNITA que “mancha” reconciliação

Organizações Não-Governamentais (ONG) nacionais condenaram, esta Terça-feira, o ataque à caravana da UNITA na província do Cuando Cubango, considerando que o acto “mancha” o processo de reconciliação nacional no mês do 22.º aniversário da paz.

: Facebook Adalberto Costa Júnior
Facebook Adalberto Costa Júnior  

A Omunga e Associação Mãos Livres, ambas defensoras e promotoras dos direitos humanos no país, lamentaram o sucedido, precisamente no mês em que Angola celebrou os 22 anos de paz e reconciliação nacional, a 4 de Abril, exortando ao diálogo.

Numa nota de repúdio, a Mãos Livres condenou com veemência o ataque contra a caravana de deputados da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), ocorrido na passada Sexta-feira, referindo que o mesmo pode manchar o processo de reconciliação nacional.

A ONG instou a direcção da Assembleia Nacional, o grupo parlamentar da UNITA e a Polícia Nacional do Cuando Cubango para um esclarecimento público "para se evitar que situações idênticas voltem a ocorrer".

Para a Associação Mãos Livres, sejam quais forem as razões, "o melhor caminho é o diálogo franco e aberto para sanar os resquícios do passado".

A polícia do Cuando Cubango confirmou a existência de quatro feridos num ataque a uma caravana de deputados da UNITA, na Sexta-feira, mas negou que o partido tenha solicitado escolta às autoridades.

A UNITA denunciou na Sexta-feira um ataque a uma caravana de deputados que exerciam trabalho parlamentar naquela província, de que teriam resultado um morto e seis feridos, informação corrigida posteriormente para nove feridos, dos quais cinco graves.

A Omunga disse ter assistido ao que aconteceu com "muita pena", referindo que os 22 anos de paz e reconciliação nacional deveriam significar convivência pacifica entre os angolanos, respeito pela diferença e respeito pelas instituições.

De acordo com esta organização, os acontecimentos de 12 de Abril no Cuando Cubango são "prova inequívoca de que os angolanos ainda não estão reconciliados, apesar de tantas tentativas que de certa forma incentivaram o caminho da reconciliação nacional".

"Urge a necessidade de trabalharmos todos na cultura da paz entre os angolanos. Chegou o momento de construirmos um verdadeiro Estado de direito e democrático", defendeu a ONG.

Os autores do ataque à caravana de deputados e militantes da UNITA seriam alegadamente militantes do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), segundo o líder do grupo parlamentar da UNITA, Liberty Chiyaka.

O MPLA demarcou-se destas acções, pela voz do seu secretário-geral, Paulo Pombolo, que negou incitações à violência e à intolerância política.

"O MPLA pela sua dimensão, aliás, é o partido da paz. Somos nós, o MPLA, que lutámos para que esse país fosse pacificado. Nós é que demos termo à guerra", disse Paulo Pombolo aos jornalistas, à margem do lançamento da campanha "Abril da Paz, do Amor e do Perdão-Mais Angola, Mais Cidadania", citado pela Angop.

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