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Gomes Cravinho: bom ambiente de negócios em Angola favorece relação económica com Portugal

O ministro dos negócios Estrangeiros português, João Gomes Cravinho, considerou esta Terça-feira que o “bom ambiente de negócios” em Angola favorece a relação económica com Portugal, esperando que se torne ainda mais "frutífera" com a melhoria na concessão de vistos.

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João Gomes Cravinho falava no Palácio Presidencial em Luanda, após uma audiência com o Presidente, João Lourenço, e sublinhou aos jornalistas a "vontade e compromisso forte" com o constante melhoramento da relação entre os dois países que é "excelente em todos os planos" e "permite ter um nível de ambição acrescido".

A conversa centrou-se no reforço do investimento e da actividade económica das empresas portuguesas em Angola, seja em áreas tradicionais, como a construção, ou noutras como o turismo, energia e agricultura "onde Angola tem um potencial tremendo", explicou.

O chefe da diplomacia portuguesa disse que o actual quadro, em que os países tentam recuperar da pandemia e estão também a ser confrontados com uma crise económica que resulta da invasão da Ucrânia pela Rússia aconselha "todos os esforços para intensificar o relacionamento".

O relacionamento está também favorecido pelo facto de ter sido possível superar, nos últimos anos, alguns problemas como o pagamento das dívidas do estado angolano às empresas portuguesas.

"Na maioria, já foram pagos", indicou.

João Gomes Cravinho elogiou também o "esforço intenso" do governo angolano no sentido de melhoria das condições económicas do país, que tem sido reconhecido pelas agências de notação internacionais e pelo Fundo Monetário Internacional.

"Isso cria bom ambiente de negócio e há circunstâncias propicias para esta intensificação", realçou.

O ministro entregou a João Lourenço uma carta do primeiro-ministro, António Costa, em que este sublinha o compromisso com este relacionamento sem entrar em mais detalhes.

Outro tema abordado foi a concessão de vistos, com João Gomes Cravinho a expressar a vontade de Portugal melhorar neste domínio.

"A situação já esta a melhorar desde a assinatura do protocolo de facilitação de vistos, os números mostram que há uma maior agilidade, mas, evidentemente, há melhorias a fazer e um dos objectivos da minha visita e inteirar-me dos problemas em relação à concessão de vistos e identificar soluções. É uma das questões que importa melhorar para que o relacionamento económico seja o mais frutífero possível", declarou o governante.

Quanto ao tema das eleições em Angola, previstas para Agosto, o diplomata explicou que a questão não chegou a ser abordada.

"As eleições são um facto da vida democrática dos países, nós tivemos eleições recentemente também, mas este não foi um assunto. Sabemos que, qualquer coisa que aconteça com as eleições, (não vai afectar) o relacionamento entre Portugal e Angola (que) é baseado num profundo conhecimento mútuo e interacção intensa entre os nossos povos", sublinhou.

O chefe da diplomacia portuguesa e o chefe do executivo trocaram também impressões sobre a situação motivada pela invasão da Ucrânia pela Rússia que considerou "muito preocupante".

"Partilhámos os nossos pontos de vista e a maneira como nos olhamos para esse conflito", disse Gomes Cravinho, salientando que cada país é "soberano" e cada um tem as suas perspectivas, quando questionado sobre o diferente posicionamento de Angola e Portugal sobre a situação.

Notou, no entanto, que existe "grande convergência quanto à necessidade absoluta, no mais curto prazo possível, de encontrar soluções que levem a cessação das hostilidades".

Angola voltou a abster-se, na semana passada, numa resolução das Nações Unidas que levou à suspensão da Rússia do Conselho de Direitos Humanos.

Dos países lusófonos, apenas Portugal e Timor-Leste votaram a favor e o voto de São Tomé e Príncipe e da Guiné Equatorial não foram registados, segundo o placar da votação apresentado na Assembleia-Geral.

A maioria dos países que votaram contra ou se abstiveram argumentaram que a resolução apresenta um viés político e que os "direitos humanos não deveriam ser politizados".

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