"Lúcia no Céu com Semáforos" é uma das obras seleccionadas de artistas angolanos, representativas daquilo que é, num espectro alargado, a produção artística e a reflexão intelectual de uma geração icónica nascida após a independência de Angola, em 1975, sucedendo à afirmação dos movimentos independentistas, à Guerra Colonial Portuguesa, explica um comunicado remetido ao VerAngola.
Além de Ery Claver, fazem ainda parte da exposição nove artistas angolanos, nomeadamente, Alida Rodrigues, Ana Silva, Cristiano Mangovo, Francisco Vidal, Januário Jano, Luís Damião, Nelo Teixeira, Osvaldo Ferreira e Pedro Pires.
A curta-metragem, de 16 minutos, data do ano de 2018. O filme conta a história de um ser que só tem existência corporal, um objecto usado para satisfazer necessidades e desejos. Na tela, Lúcia preserva apenas um olhar distante que esconde gritos, medos e explosões, é sempre ostracizada e silenciada pela sociedade sexista que em nenhum momento considera sua opinião, desejos e desejos. Lúcia é o relato silencioso da mulher associado a um papel ou função sem o direito de ser, de pensar ou de expressar opiniões.
Ery é "um dos cineastas mais versáteis de Angola". Começou a sua carreira como operador de câmara, trabalhando em numerosos programas de televisão e documentários.
Em 2013 juntou-se à Geração 80 e aprofundou o seu estilo como director de fotografia, trabalhando nas curtas-metragens "Concrete Affection – Zopo Lady" (2014), e "Havemos de Voltar" (2017), ambas dirigidas por Kiluanji Kia Henda e com produção da Geração 80.
Como realizador, assinou várias curtas-metragens, nomeadamente "Lúcia No Céu Com Semáforos" (2018) em parceria com Gretel Marín e "Enóquio": Que Não Tinha Coração" (2020) em parceria com o seu irmão, Evan Claver.
O trabalho de Ery foi exibido em vários festivais internacionais de cinema, tais como o Clermont-Ferrand International Short Film Festival, em França, VIDEOEX - Festival Internacional de Cinema e Vídeo Experimental, em Zurique, e FCAT - Festival de Cinema Africano, em Tarifa e Tânger.
Ery é co-escritor e cirector de fotografia de "Ar Condicionado" (2020), realizado por Fradique, estreado no Festival Internacional de Roterdão IFFR 2020 e um filme galardoado internacionalmente.
Em 2022 realiza a sua primeira longa-metragem, "Nossa Senhora da Loja do Chinês".
