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Resultados da ENSA diminuem para 9,3 mil milhões de kwanzas

Os resultados operacionais da ENSA diminuíram para 9,3 mil milhões de kwanzas em 2021, cerca de metade do ano anterior, penalizados sobretudo pela variação cambial.

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A seguradora estatal, que está prestes a concluir a primeira fase de privatização, apresentou esta Quarta-feira em Luanda as contas de 2021, destacando a manutenção dos resultados positivos e o crescimento sustentado da actividade

Ildo Nascimento, administrador financeiro da ENSA, explicou, numa conferência de imprensa que os resultados reflectem as variações cambiais, já que a seguradora é detentora de vários activos, incluindo imóveis, títulos e depósitos a prazo em moeda estrangeira.

"Em 2020 assistiu-se a uma desvalorização da moeda nacional e em 2021 assistimos ao inverso", afirmou.

Os resultados de 2020 reflectiram também o início do processo de certificação de dívidas, o que não aconteceu no ano passado.

"Quando fizemos uma análise sobre as dívidas existentes, quando tomámos posse (em 2019) verificámos que havia dívidas muito antigas, tínhamos dúvidas se eram recuperáveis e constituímos provisões para essas dívidas. Em 2020 foi iniciado o processo de certificação das dívidas e acabámos por ter resultados positivos em termos de recebimentos, o que impactou nos resultados desse ano", continuou o responsável.

Não foram revelados os resultados líquidos do exercício.

A seguradora anunciou igualmente que os seus activos imobiliários vão passar a ser geridos por um fundo.

Segundo os responsáveis da ENSA, a dívida dos inquilinos dos 81 imóveis detidos pela companhia ascende a 2500 milhões de kwanzas.

"Muitos não pagam há muitos anos. Esses imóveis têm uma história, transitaram da era colonial, alguns herdaram dos avós, passaram aos filhos e dos filhos para os netos e, portanto, o processo administrativo relacionado com a cobrança e validação dessa dívida é fastidioso e não foi possível concluí-lo em dois anos", adiantou Ildo Nascimento.

Por isso foi criado um fundo imobiliário que irá fazer "uma gestão mais profissionalizada" dessa dívida.

"Estamos a falar de uma dívida de mais de 2500 milhões de kwanzas, só de inquilinos dos imóveis da ENSA, não conseguimos validar isso e isso criou duvidas aos auditores", o que justifica a reserva identificada na auditoria às contas do ano passado e que permanece, disse.

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