Com a curadoria de Ana Balona de Oliveira, a exposição é composta por obras de diferentes períodos do "percurso artístico de mais de cinquenta anos de António Ole".
De acordo com a curadora, citada em comunicado remetido ao VerAngola, as obras que compõem a exposição foram "realizadas em vários meios, da escultura à fotografia, do desenho ao vídeo".
Ana Balona de Oliveira revela ainda que se trata de obras que "colocam em evidência a atenção que Ole tem dedicado à natureza e aos seus elementos e matérias vitais".
Segundo a curadora, os quatro elementos (terra, água, fogo e ar) assumem "inúmeras formas que, no seu conjunto, convidam a uma percepção planetária e a uma consciência ecológica não só da coabitação, mas, sobretudo, da interdependência entre formas de vida humana e não-humana (animal, vegetal, mineral) – assunto vital (vital matter), para cuja premência e urgência a própria realidade pandémica veio, mais do que nunca, alertar".
Este projecto de António Ole, pretende reflectir sobre a crise ambiental, estando associada "a dinâmicas de exploração, extração e violência, que persistem globais e coligadas ao sistema colonial".
De acordo com o comunicado, a obra deste artista tem influenciado as gerações mais novas de artistas de origem africana e "apoiado a reconfiguração das histórias da humanidade e, muito em particular, da história de Portugal na sua relação crítica com as culturas e comunidades afro-portuguesas".
'Matéria Vital' vai estar disponível na galeria Movart, em Lisboa, até 9 de Junho. Poderá ser visitada de Terça a Sexta-feira entre as 10h00 e as 18h30 e aos Sábados das 10h00 às 13h00.
António Ole inspira-se "na arte tradicional como estímulo para desenvolver um discurso contemporâneo adequado ao seu tempo e circunstância". Utilizando vários métodos para expressar a sua arte (do desenho ao vídeo), o trabalho de António Ole já foi premiado em Angola, Portugal e Cuba.