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Industriais do país favoráveis à junção do sector com o do Comércio desde que “puxe” pela produção

O presidente da Associação Industrial de Angola (AIA) declarou-se na Quinta-feira favorável à redução de ministérios e junção da Indústria e Comércio na mesma tutela, desde que o modelo seja pensado em prol da produção.

: Lusa
Lusa  

"É um modelo que funciona, mas é preciso que seja um modelo a favor da produção. Se vamos outra vez para um modelo a favor do comércio e das importações, o desastre é total", destacou José Severino, em declarações à Lusa.

Por isso, "tudo depende da filosofia de comando do titular", acrescentou.

De forma global, José Severino considera positiva a redução do número de ministérios decidida na semana passada pelo executivo, que vai ao encontro de uma proposta que a AIA já tinha feito no mesmo sentido, 15 dias depois da tomada de posse no Presidente da República, João Lourenço, em Setembro de 2017.

"Esta crise do petróleo não começou em 2017, já vem detrás, e obviamente que precisávamos de ter um aparelho de estado menos despesista do que temos hoje", afirmou, realçando que há necessidade de reforçar áreas como a Educação e a Saúde, não só em termos orçamentais, mas também a nível de quadros.

"Hoje vamos a esses ministérios e é confrangedora a falta de quadros. A própria estrutura óssea é pequena para a dimensão do território que tem tantos problemas sociais, uma educação de uma debilidade terrível, uma saúde com a fragilidade que conhecemos", apesar dos esforços dos seus dirigentes e quadros, disse o mesmo responsável.

Para o líder da AIA, é preciso "uma mudança estrutural", dando como exemplo o que já é feito nas províncias com os sectores da indústria, comércio e recursos minerais que estão sob a mesma direcção provincial.

José Severino discorda, por outro lado, da fusão da Agricultura com as Pescas.

"Não funciona, porque este território tem um milhão e 200 mil quilómetros quadrados, tem 2.400 quilómetros de mar", vincou, considerando que "é uma estrutura muito pesada que requer grande dinamismo" e que neste caso "o peixe na panela não se dá com as couves".

Criticou também o fim dos institutos, que considera "mais flexíveis" do que as direcções nacionais.

"Não estamos de acordo que se acabem com os institutos para meter nas direcções nacionais. Isto é mais burocracia, é mais peso para o Estado, os institutos têm mais flexibilidade até para irem buscar receita", defendeu, sugerindo antes a fusão entre institutos.

"É um erro", enfatizou, acrescentando: "o Governo precisa de nos ouvir mais, nós somos mais pragmáticos".

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