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Economia

Directores financeiros optimistas quanto à performance empresarial do país

Em 2019, a maioria dos CFOs (Chief Financial Officer) em Angola (51 por cento) está optimista em relação aos resultados financeiros das suas empresas, antecipando melhorias no ambiente de negócios. Na projecção do próximo triénio (até 2021), a previsão é ainda mais positiva, com 93 por cento dos inquiridos a acreditar que a performance financeira do País vai melhorar, revela a 3ª edição do estudo “CFO Survey Angola” da Deloitte.

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“A crescente confiança dos CFOs relaciona-se com uma melhoria na percepção do ambiente político e com a implementação das medidas de estabilização económica em curso, que resulta numa maior segurança dos inquiridos a nível económico” afirma Luís Alves, sócio da Deloitte Angola. “Foi neste cenário macro-económico de crescente optimismo que os CFOs foram desafiados a partilhar a sua visão sobre o custo do financiamento, os factores de risco, as prioridades para a gestão dos fluxos de caixa, as estratégias de negócio e os desafios de indústria”.

Reinvestir na própria empresa continua a ser uma prioridade

De acordo com o estudo, os CFOs acreditam que o incremento da eficiência operacional e a redução de custos são críticos para o negócio. Entre as estratégias mais seguidas actualmente pelos inquiridos encontram-se: a redução de custos operacionais (73 por cento), o aumento da eficiência operacional e optimização de processos (71 por cento) e a consolidação de operações (67 por cento). Os CFOs identificaram também estratégias como o investimento em Investigação e Desenvolvimento (I&D) ou o investimento em Smart Technology como sendo prioridades para o futuro.

Quando questionados sobre as prioridades que têm em conta para as projecções dos fluxos de caixa, a maioria dos CFOs (62 por cento) acredita que se devem melhorar as operações actuais, 49 por cento que se deve proceder ao pagamento das dívidas, 47 por cento que se deve investir em CAPEX e 44 por cento que deve ser feita retenção de capitais para efeitos de liquidez. 

“É de salientar que os interesses dos CFOs apontam para a reutilização dos fundos/ rendimentos na própria empresa, através de medidas como o investimento em bens de capital, melhoria de operações, investigação e desenvolvimento. Este indicador demonstra que os inquiridos estão confiantes no potencial das empresas em que operam” refere o sócio da Deloitte Angola.

Líderes preocupados com factores internos e externos 

Entre as principais preocupações económicas dos CFOs encontram-se o acesso a divisas para o pagamento de responsabilidades no exterior do país (80 por cento), a volatilidade cambial (76 por cento) e os efeitos da implementação do Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA), em Julho deste ano (49 por cento). 

No entanto, as preocupações dos CFOs não se centram apenas na envolvente externa. Na opinião dos inquiridos também existem factores internos que criam obstáculos ao bom funcionamento das empresas. Grande parte dos CFOs (64 por cento) refere a necessidade de encontrar e reter talento como uma preocupação central. A insuficiência de competências do staff de apoio é identificada em segundo lugar (53 por cento), um factor que já havia sido identificado como crítico nas duas edições anteriores. 

“Nesta edição foram introduzidas novas questões relacionadas com a implementação do IVA e com a contratação de recursos humanos. Quase metade dos CFOs inquiridos identifica a implementação do IVA como uma preocupação iminente, ao mesmo tempo que identificam a falta de conhecimentos adequados e a capacidade de resolução de problemas como os principais constrangimentos à contratação e gestão de recursos humanos” indica o sócio da Deloitte.

Baixas taxas de juro e elevados custos de financiamento

De forma geral, mais de 90 por cento dos CFOs concordam que a taxa de inflação se irá manter equiparável ao ano de 2018, podendo situar-se entre os 10 e os 20 por cento. À semelhança dos anos anteriores, muitos CFOs (47 por cento) têm a expectativa da descida de taxas de juro até ao final de 2021. No entanto, a maioria (51 por cento) acredita que estas se vão manter em 2019.

A generalidade dos inquiridos considera que os custos associados ao pedido de novos financiamentos ou à disponibilização de capitais são elevados ou mesmo muito caros (96 por cento). No que toca à facilidade de obtenção de crédito, 73 por cento dos CFOs indicam que é um processo difícil, apenas 9% consideram que é fácil e os restantes 16 por cento classificam-na como neutra.

“A desvalorização do Kwanza continuará a ser um factor influenciador nos negócios em 2019, sendo que 62 por cento dos entrevistados acredita que o Kwanza poderá ainda sofrer uma desvalorização igual ou superior a 15 por cento” explica Luís Alves, sócio da Deloitte Angola.

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