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Partidos exigem contagem de votos nos municípios para garantir transparência das eleições

Líderes dos grupos parlamentares consideraram, em Luanda, as questões da contagem dos votos nos municípios e o transporte dos resultados para as províncias “incontornáveis” para a transparência das eleições gerais de Angola, em Agosto deste ano.

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A posição foi manifestada por líderes dos grupos parlamentares no final de uma reunião com a Comissão Nacional Eleitoral (CNE) para constatação do grau de preparação das tarefas essenciais para a realização de eleições gerais.

Em declarações à imprensa, o quarto vice-presidente do grupo parlamentar do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), João Pinto, classificou como muito boa a reunião, que serviu para aferir o bom andamento do plano de tarefas para se atingir o seu objectivo.

Sobre as preocupações levantadas pela oposição, o deputado do partido maioritário apelou para que seja afastado o discurso da vitimização e desconfianças, que demonstram “debilidades de conhecimento” sobre as instituições do país.

“E aquilo que nós aprendemos é que deve haver o princípio da boa-fé da confiança em tudo. Quem parte do pressuposto da desconfiança gera também desconfiança”, frisou.

Por sua vez, o líder da Convergência Ampla de Salvação de Angola – Coligação Eleitoral (CASA-CE), André Mendes de Carvalho “Miau”, disse que as explicações recebidas pela CNE não satisfizeram plenamente as preocupações apresentadas.

“Continua pendente o problema do apuramento municipal. Para nós, CASA-CE, para se garantir a lisura, credibilidade e evitar suspeição relativamente às próximas eleições esta questão é importante”, disse o deputado da segunda maior força da oposição angolana. Acrescentou que a sua força política vai continuar a trabalhar com toda a sociedade, com os demais partidos políticos, “porque este é um aspecto incontornável”.

“Nós não estamos a ver para quê que temos comissários municipais e evita-se fazer a contagem a nível do município, o escrutínio e o apuramento. Vamos continuar a trabalhar nesse sentido”, frisou.

Já a deputada da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), Albertina Ngolo, manifestou inquietação acerca do transporte dos boletins de voto dos municípios para as províncias, pedindo que esse trabalho seja garantido pela Polícia Nacional.

“A polícia seja ela a fazê-lo, para que se afaste a percepção que se tem, de que a Casa Militar (do Presidente da República) se envolve na transportação, para garantir a lisura, a transparência desse processo”, frisou.

Sobre esse aspecto, o líder da Frente Nacional para a Libertação de Angola (FNLA), Lucas Ngonda, é de opinião que o processo de transporte deve ser acompanhado por delegados de listas dos partidos.

“Neste aspecto, o presidente da CNE disse que são questões que se vai ver no momento devido. Está-se a fazer os contratos com as empresas que vão transportar os boletins e no devido momento dá-se resposta a esta questão”, disse.

O voto no exterior foi igualmente uma questão colocada durante a reunião, segundo André Mendes de Carvalho e Lucas Ngonda, que receberam como resposta do presidente da CNE, um posterior pronunciamento sobre assunto, após a realização do plenário.

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