"Em Angola, acreditamos que o banco central vai fazer uma série de pequenas desvalorizações do kwanza mais no final deste ano, mas a recuperação dos preços do petróleo vai fazer com que os ajustamentos sejam relativamente limitados no seu âmbito", lê-se numa nota de análise à política monetária do nosso país.
No documento, a que a Lusa teve acesso, os analistas desta consultora do grupo da agência de 'rating' Fitch escrevem que "com os preços do petróleo a favorecerem a entrada de dólares no país, o banco central deve alargar o acesso à taxa de câmbio oficial, reduzindo a divergência entre as taxas oficiais e as praticadas no mercado negro".
Os analistas dizem que o banco central preferiu restringir o acesso a dólares, quando podia ter usado parte dos quase 21 mil milhões de dólares em reservas: "Em vez de comer o stock de reservas estrangeiras, que era de 20,9 mil milhões de dólares em Fevereiro, para manter a oferta de moeda estrangeira ao preço da taxa de câmbio oficial, o BNA limitou o acesso sobre quem podia comprar dólares a esse preço, 'empurrando' a procura para o mercado paralelo".
A recuperação dos preços do petróleo, concluem, "deverá fazer o banco central relaxar os controlos sobre que indústrias podem aceder aos dólares ao preço oficial, o que abrandará a pressão sobre a taxa paralela".