Ver Angola

Saúde

Malária “atípica” na sua apresentação preocupa responsáveis pela saúde

O nosso país está a enfrentar actualmente um tipo de paludismo atípico, quer na sua apresentação clínica quer no índice de mortalidade, cujos números deverão ser analisados durante o Conselho Consultivo do Ministério da Saúde, que arrancou em Luanda.

Arne Hoel:

A preocupação foi referida pelo ministro da Saúde, Luís Sambo, na abertura do encontro, que reúne na capital da província directores provinciais da saúde para análise das epidemias de paludismo e febre-amarela, entre outras questões de saúde pública.

"O paludismo é outra grande preocupação em termos de saúde pública este ano agravado pelas chuvas intensas e pela degradação do meio ambiente infestado com alta densidade de mosquitos", referiu o ministro.

Segundo Luís Sambo, os aspectos epidemiológicos, clínicos e laboratoriais estão a merecer uma atenção cuidada do Ministério da Saúde, dos técnicos angolanos e de outros mobilizados através do Centro de Controlo das Doenças, dos Estados Unidos da América e da Organização Mundial da Saúde.

Luís Sambo manifestou o seu pesar pelas mortes causadas pelas duas epidemias e agradeceu o apoio de todas as agências de cooperação bilateral e multilateral que trouxeram meios técnicos e financeiros para ajudar Angola a mitigar essas epidemias.

Em declarações à imprensa, à margem da reunião, o director do Programa Nacional de Combate à Malária, Filomeno Fortes, disse que comprovadamente em Luanda há o aumento do número de casos e de óbitos, estando na base deste fenómeno o aumento das chuvas, a deterioração da situação do saneamento do meio e problemas no suporte logístico em termos de testes de diagnósticos e de tratamentos.

A nível das outras províncias, o Huambo e Benguela também aumentaram o número de casos, contudo os números registados não configuram uma epidemia.

"A resposta do Ministério da Saúde tem estado a ser virada para a monitorização da situação, por outro lado, no reabastecimento dos testes de diagnóstico e tratamento, no incremento da luta anti vectorial, principalmente em Luanda, nos municípios de Viana e de Cacuaco", avançou Filomeno Fortes.

O responsável reconheceu que há o aumento de casos, mas com a falta de testes de diagnóstico ficou reduzida a capacidade de confirmar os casos de malária, acontecendo que todos os casos de febre são notificados como essa doença.

"E sabemos que no país, para além da malária temos outras doenças como por exemplo a leptospirose, que é uma doença provocada pela urina dos ratos, que com a situação das chuvas há uma proliferação maior de ratos, cujo quadro clínico é muito parecido com o da malária", frisou o responsável.

Filomeno Fortes realçou que com a deterioração da higiene e o saneamento do meio faz aumentar a proliferação sobretudo da hepatite A, situações para as quais as unidades periféricas não estão devidamente capacitadas para o seu diagnóstico.

"Quer dizer que neste contexto todo a malária é sem dúvida a grande preocupação, mas também temos outras doenças que cursam com quadros clínicos muito semelhantes à malária e que é preciso aumentarmos a nossa capacidade clínica de diagnóstico laboratorial e também de manuseamento dos casos", destacou.

Em termos de prevenção, Filomeno Fortes disse que está a ser preparada a distribuição, na próxima semana, em Luanda de cerca de 50 mil redes mosquiteiras nos nove municípios, sendo a medida alargada igualmente a distribuição no próximo mês nas províncias da Huíla e do Bengo.

Permita anúncios no nosso site

×

Parece que está a utilizar um bloqueador de anúncios
Utilizamos a publicidade para podermos oferecer-lhe notícias diariamente.