Ver Angola

Saúde

OMS pede aumento na produção de vacinas contra febre-amarela para Angola

A Organização Mundial de Saúde (OMS) pediu hoje aos fabricantes de vacinas contra a febre-amarela para acelerarem a produção para Angola adquirir as 18 milhões de doses necessárias para combater a doença, que já causou 225 mortos.

:

A informação foi hoje avançada pela directora-geral da OMS, Margaret Chan, em conferência de imprensa de balanço da visita que efectuou a Angola nos últimos dois dias para se inteirar da situação do surto de febre-amarela e malária que o país africano atravessa.

Segundo a responsável, todo o armazenamento de seis milhões de doses de vacinas do Fundo das Nações Unidas para as Crianças (UNICEF) e os Médicos Sem Fronteiras foram enviados para Angola.

"Já encetámos alguns contactos com fabricantes de vacinas e todos eles concordaram acelerar o processo de produção de vacinas", disse Margaret Chan, que foi hoje recebida eu audiência pelo Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, que se comprometeu em vacinar toda a população.

"Sinto-me regozijada porque o Presidente de Angola está comprometido em vacinar todos os angolanos e nós iremo-nos certificar que essas vacinas cheguem ao país", frisou.

Margaret Chan sublinhou a importância da prevenção, através do combate do mosquito transmissor da doença e do envolvimento de toda a comunidade na luta contra a febre-amarela.

Por sua vez, o ministro da Saúde de Angola, Luís Sambo, disse que o surto de febre-amarela já causou 225 óbitos em 1562 casos suspeitos, desde o início da epidemia em Dezembro de 2015.

O governante angolano disse ainda que a cobertura vacinal em Angola da febre-amarela é de cerca de 73 por cento, contudo, foram registados casos da doença entre nacionais e estrangeiros, sendo a maior parte destes casos relacionados com pessoas que não estavam imunizadas.

"Decidimos imunizar toda a população e isto implica disponibilidade de vacinas. Com cerca de sete milhões de doses de vacinas que recebemos até agora conseguimos cobrir cerca de 88 por cento da população de Luanda e precisamos de uma quantidade adicional de 18 milhões de doses para vacinarmos toda a população do país", frisou.

"Para este efeito o Governo já se engajou financeiramente para comprar as vacinas necessárias, contudo, a vacina não está disponível nas quantidades necessárias no mercado internacional e precisamos de ajuda de parceiros, para que os fabricantes produzam e disponibilizem a vacina no mercado de formas a que possamos adquirir o mais rápido possível", acrescentou.

Além da febre-amarela, Luís Sambo disse que a epidemia de malária preocupa igualmente a população e o Governo desde os primeiros meses deste ano, tendo-se registado um número excessivo de casos e uma grande procura das unidades de saúde.

"A partir de um estudo realizado concluímos que se trata de uma epidemia de paludismo [malária] e que tem atingido principalmente as crianças com idade inferior a cinco anos e também adolescentes e jovens, com um índice de mortalidade bastante importante", disse.

Luís Sambo referiu que os dados estatísticos sobre a epidemia de malária ainda estão a ser compilados, tendo-se contudo constatado que o número de casos em Luanda "aumentou extraordinariamente nos três primeiros meses do ano".

Segundo o ministro, Angola conta com a solidariedade internacional, com a cooperação bilateral e multilateral, que até agora já participou com um montante aproximado de quatro milhões de dólares, tendo igualmente o Governo assumido muitas despesas na ordem de 18 de milhões de dólares.

Permita anúncios no nosso site

×

Parece que está a utilizar um bloqueador de anúncios
Utilizamos a publicidade para podermos oferecer-lhe notícias diariamente.