A informação sobre as Reservas Internacionais Líquidas (RIL) em Janeiro consta do mais recente boletim do banco central sobre o Panorama Monetário em Angola, e compara com os 27.478 milhões de dólares de Dezembro. As reservas do início do ano ainda garantiam à volta de seis meses das necessidades de importações por Angola. Contudo, na revisão do Orçamento Geral do Estado (OGE) para 2015, aprovado em Março e que surge face à forte quebra nas receitas com a exportação de petróleo, o executivo angolano já prevê uma descida dessas reservas para cinco meses.
Devido à crise da cotação do crude, que fez as receitas fiscais petrolíferas de Angola caírem para cerca de metade nos últimos meses, e, por consequência, a entrada de divisas (dólares) no país, o Governo prevê uma redução de 28,4 por cento nas mesmas reservas em 2015. "Na eventualidade de a situação de crise perdurar durante todo o ano, a perda de RIL poderá elevar-se a 8.005,39 milhões de dólares, posicionado o ‘stock' de RIL em 19.277,18 milhões de dólares", lê-se no documento que sustenta o novo OGE de 2015.
As reservas contabilizadas pelo Banco Nacional de Angola são constituídas com base em disponibilidades e aplicações sobre não residentes, bem como obrigações de curto prazo. Incluem-se ainda as reservas angolanas de ouro, que em Dezembro subiram para quase 79,291 mil milhões de kwanzas.
Angola é o segundo maior produtor de petróleo da África subsaariana, actividade que representa cerca de 98 por cento do total das exportações do país. O sector garantiu em 2013, segundo o Ministério das Finanças, 76 por cento das receitas fiscais angolanas, mas o seu peso deverá descer este ano para 35,5 por cento devido à forte redução da cotação do crude no mercado internacional.
Na crise petrolífera de 2009, as RIL angolanas reduziram-se até aos 13 mil milhões de dólares, o que obrigou o Governo angolano a pedir um empréstimo ao Fundo Monetário Internacional no valor de 1.375 milhões de dólares.