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Número de angolanos a estudar nos Estados Unidos atinge valor mais alto de sempre

O número de estudantes angolanos inscritos nas universidades americanas cresceu 21 por cento no último ano lectivo, atingindo o valor mais alto de sempre e ultrapassando o número de portugueses pela primeira vez. Nos últimos 13 anos, o número destes estudantes quase triplicou.

pchai: Happy group of college students
Happy group of college students   pchai

Segundo o Institute of International Education, no ano lectivo de 2000-2001 apenas 348 angolanos estudavam no país. No ano passado, esse número aumentou para 985. Por comparação, Portugal tinha no mesmo ano lectivo 877 alunos. Desde o ano lectivo 2009-2010, quando existiam 1015 portugueses, que o número tem sempre descido, uma quebra de 14 por cento.

Além do crescimento económico do país africano, há outros factores que explicam este aumento, como a atribuição de bolsas pelo Estado angolano e outras empresas. Além de bolsas atribuídas por instituições norte-americanas, como a Fullbright e a Humphrey, que ainda em 2012 beneficiaram 15 angolanos, há ainda o programa da Esso Angola e o da Sonangol, que no ano passado atribuíram 600 bolsas para estudar no estrangeiro.

A empresa diz que a iniciativa está "alinhada com a política de angolanização do sector petrolífero" e, por isso, as bolsas são atribuídas em três áreas: 300 vagas para a área de geociências, 200 para engenharias e 100 para ciências económicas. O programa está aberto a todos os jovens com até 19 anos completados no ano da candidatura, mas cabe à Sonangol enquadrar os candidatos seleccionados, por curso e país de destino, em função das suas necessidades. A maioria destes alunos acaba colocada em cidades ligadas à indústria do petróleo, como Houston, no Texas, e Tulsa, no Oklahoma.

Na Universidade de Tulsa existe mesmo uma associação de estudantes angolanos, chamada Angola-Tua, que foi fundada em 1998 com o propósito de "estimular o alto desempenho académico entre os seus membros e promover conhecimento sobre Angola e os angolanos". Um artigo publicado na "Revista Angolana de Sociologia", em 2012, explica porque muitos angolanos continuam a optar por sair do país para frequentar a universidade.

Segundo o estudo "Evolução e crescimento do ensino superior em Angola", o ensino superior teve um crescimento impressionante desde o seu início em 1962: em 2012, tinha 140 mil alunos, distribuídos por 17 universidades (sete estatais e 10 privadas), 19 institutos superiores (sete estatais e 12 privados) e duas escolas superiores autónomas (ambas estatais). O autor defende, no entanto, que este crescimento e expansão não se têm feito acompanhar da preocupação com a qualidade de ensino.

Existem vários indicadores que apontam para a promoção da facilidade e uma falta de atenção para com a investigação científica, além de que existe a possibilidade de obter um diploma sem a necessária competência profissional e académica", escreve o investigador.

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