Os dados foram avançados pelo director-geral da Agência Nacional de Acção contra as Minas (ANAM) de Angola, brigadeiro Leonardo Sapalo, segundo o qual a instituição e parceiros têm descoberto novas áreas minadas em várias localidades do país.
Dado o "número considerável" de áreas por desminar, Angola "vê-se forçada" a apresentar o terceiro pedido de prorrogação do prazo de cumprimento de desminagem de todas as áreas minadas conhecidas, afirmou.
Leonardo Sapalo afirmou que a prorrogação do prazo surge ao abrigo da Convenção sobre a Proibição do Uso de Minas Antipessoal (Tratado de Ottawa), uma vez que Angola está "a escassos meses para o término do período vigente para o cumprimento das obrigações desta Convenção".
O responsável, que falava durante um encontro intitulado "Angola sem minas em oportunidades e desafios", promovido pela ANAM e pela Embaixada da Bélgica em Angola, referiu que o custo estimado para a conclusão da desminagem no país "ainda é elevado".
Sem revelar números, assegurou, no entanto, que o Executivo "continuará a mobilizar e disponibilizar recursos necessários, contando igualmente com o valioso apoio da comunidade internacional".
Segundo Sapalalo, a diminuição de acidentes com minas e outros engenhos explosivos, a livre circulação de pessoas e bens, o reassentamento das populações e extensão dos centros urbanos, a expansão e acesso às terras para a agricultura e pastorícia e a desminagem de áreas para a construção de infra-estruturas públicas estão entre as conquistas de Angola após a ratificação do Tratado de Ottawa em Julho de 2002.
"Estas acções demonstram o empenho do Governo de Angola e seus parceiros em cumprir com as obrigações inerentes à Convenção e garantir que as populações possam ter acesso a terra e usá-la de forma segura", frisou.
O embaixador da Bélgica em Angola, Stéphane Doppagne, garantiu, na sua intervenção, apoio contínuo aos esforços das autoridades angolanas no processo de desminagem do país, manifestando esperança de uma "Angola próspera e livre de minas".
"Essa esperança que inspira foi capturada de forma poderosa e são testemunho da resiliência do povo angolano e da sua determinação em construir um futuro melhor", referiu o diplomata belga, cujo país é um dos principais financiadores do programa de acção contra as minas em Angola.