"Nos referimos exactamente às vestes litúrgicas e artigos litúrgicos que são da Igreja Católica desde a sua origem, tendo esses artigos e vestes como seu património próprio. Infelizmente nos últimos dias estão a ser abusados por aqueles que usam estes artigos sem saberem do que se trata", disse o bispo Leopoldo Ndakalako.
Falando em conferência de imprensa de encerramento da I Assembleia Plenária Anual dos Bispos da CEAST, que terminou esta Sexta-feira em Luanda, o sacerdote referiu que vestes litúrgicas e respectivos artigos (cálices, patena e outros) pertencem a uma identidade eclesial.
Os bispos da CEAST, observou Leopoldo Ndakalako, bispo de Menongue, "não pretendem abrir qualquer confronto e nem sequer levantar discussões inúteis sobre o assunto".
"O que queremos é esclarecer e aconselhar os nossos irmãos que fazem esse uso indevido a terem em consideração de que estas vestes pertencem à Igreja Católica", respondeu aos jornalistas.
Por serem património dessa instituição, considerou "recomendável" que não se faça uso indevido, "porque isso leva a confundir os membros das igrejas e leva as pessoas a viverem a sua vida cristã de maneira não consciente e confusa".
A questão do alegado uso indevido da terminologia eclesiástica católica, símbolos, vestes e materiais litúrgicos em Angola arrasta-se desde 2021, altura em que a CEAST emitiu uma nota pastoral sobre o assunto.
A CEAST, na altura, criticava algumas instituições de cariz religioso que, "não tendo sustentação bíblico-histórica e teológica", continuavam a fazer recurso ao património material e imaterial das igrejas tradicionais, exortando à criação de um "ambiente de respeito e protecção" do seu património.
A primeira plenária anual dos bispos da CEAST, que decorreu de Segunda-feira até Sexta-feira, em Luanda, abordou temas relacionados com a vida religiosa e sociopolítica de Angola.