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Saúde

Obesidade aumenta e baixo peso diminui em todos os países da CPLP

A obesidade cresceu nos Estados-membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), com os aumentos mais acentuados nas mulheres da Guiné Equatorial e nos homens do Brasil, segundo um estudo publicado na revista The Lancet.

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A análise global apurou que mais de mil milhões de pessoas no mundo vivem actualmente com obesidade e que as taxas de obesidade entre crianças e adolescentes em todo o mundo aumentaram quatro vezes, entre 1990 e 2022, enquanto as taxas de obesidade entre adultos mais do que duplicaram.

O estudo também analisou as taxas de baixo peso, que diminuíram entre crianças, adolescentes e adultos, o que levou a que “a obesidade se tornasse a forma mais comum de desnutrição em muitos países”. 

Esta foi a tendência registada nos países da CPLP, onde diminuíram as taxas de baixo peso, aumentando as de obesidade.

Em Angola, 670.000 mulheres têm baixo peso, o que representa 8,7 por cento, tendo existido uma diminuição de 4,5 pontos percentuais em relação a 1990. Nos homens, 730.000 têm baixo peso, uma prevalência de 10,5 por cento (menos 8,1 pontos percentuais).

Nas idades mais baixas, 420.000 raparigas apresentam baixo peso, enquanto os rapazes nesta situação são 500.000.

Ao nível da obesidade, contam-se 1,3 milhões de mulheres nesta condição - 16,9 por cento de prevalência, um aumento de 12,2 pontos percentuais em relação a 1990.

Existem 420.000 homens angolanos com obesidade, uma prevalência de 6,5 por cento, registando-se um aumento de cinco pontos percentuais neste período (1990 – 2022).

No país existem 230.000 raparigas e 390.000 rapazes com obesidade.

Cabo Verde também registou uma diminuição do baixo peso nas mulheres, que são agora 8100, e nos homens: 8300.

Neste arquipélago existem 43.000 mulheres com obesidade, ou seja, uma prevalência de 23,8 por cento, registando-se um aumento de 19 pontos percentuais em relação a 1990.

Nos homens, a obesidade também aumentou em Cabo Verde, existindo 15.000 nesta situação (uma prevalência de 8,8 por cento), com um aumento de sete pontos percentuais no período em análise.

Nos mais novos, a obesidade cresceu 4,6 pontos percentuais nas raparigas (são 4200 nesta situação) e 2,5 pontos percentuais nos rapazes (2300).

O Brasil regista 2,1 milhões de mulheres e 1,5 milhões de homens com baixo peso, tendo diminuído a prevalência, tal como nas raparigas (580.000) e rapazes (610.000).

Ao nível da obesidade, são 27 milhões as mulheres brasileiras obesas, com um aumento de 20,7 pontos percentuais em relação a 1990, existindo agora uma prevalência de 32,6 por cento.

Nos homens, a obesidade atinge os 19 milhões (prevalência de 25 por cento), sendo o maior aumento da obesidade masculina dos países da CPLP: 19,2 pontos percentuais.

O crescimento da obesidade no Brasil também atinge os mais novos, com 3,1 milhões de raparigas e 3,9 milhões de rapazes.

O baixo peso também diminuiu na Guiné-Bissau – 45.000 mulheres e 45.000 homens -, tal como nas raparigas (16.000) e rapazes (43.000).

A obesidade registou igualmente um crescimento nas mulheres (73.000, mais 12,8 pontos percentuais) e nos homens (33.000, mais 6,7 pontos percentuais).

Nas idades mais baixas, existem na Guiné-Bissau 13.000 raparigas e 18.000 rapazes obesos.

Em Moçambique, 750.000 mulheres e 720.000 têm baixo peso, com 290.000 raparigas e 300.000 rapazes nesta situação.

Um milhão de mulheres sofre de obesidade (mais 11.8 pontos percentuais do que em 1990) e 390.000 homens (crescimento de 5,5 pontos percentuais).

As raparigas moçambicanas obesas são 110.000 e os rapazes 100.000.

A Guiné Equatorial, onde diminuiu o baixo peso nas mulheres (9.100), homens (65.000), raparigas (14.000) e rapazes (23.000), assistiu ao maior aumento na CPLP da obesidade nas mulheres (95.000, mais 20,8 pontos percentuais).

Os homens obesos são 33.000, uma prevalência de 8,1 por cento e um aumento de 6,3 pontos percentuais.

Nos mais novos, a obesidade também cresceu: 10.000 raparigas e 14.000 rapazes obesos.

Timor-Leste, que ocupa a segunda posição num ranking elaborado neste estudo com os dez países com menor prevalência de obesidade, assistiu à descida do baixo peso nos adultos e jovens.

Quanto à obesidade, existem naquele país 11.000 mulheres obesas, mais 2,8 pontos percentuais do que em 1990, e 6000 homens (mais 1,4 pontos percentuais).

As raparigas obesas em Timor-Leste aumentaram para 1900 e os rapazes para 2200.

Em São Tomé e príncipe o baixo peso também diminuiu nas mulheres (3300), nos homens (3100), nas raparigas (930) e nos rapazes (3200).

Neste país registou-se um aumento da obesidade nas mulheres (12.000, mais 19,2 pontos percentuais) e nos homens (4900, mais 8,4 pontos percentuais).

Também nas raparigas (1400) e nos rapazes (2100) são-tomenses a obesidade aumentou desde 1990.

Este estudo foi realizado pela NCD Risk Fator Collaboration (NCD-RisC), em colaboração com a Organização Mundial de Saúde (OMS), tendo os investigadores analisado as medições de peso e altura de mais de 220 milhões de pessoas, com idade igual ou superior a cinco anos, representando mais de 190 países.

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