A preocupação dos ex-militares consta de um ofício enviado ao administrador municipal de Viana pela Associação dos Comerciantes, Industriais e Prestadores de Serviços em Viana (ACIPSV), que tutela as cooperativas congregadas no Calumbo.
Segundo a ACIPSV, em ofício a que a Lusa teve acesso na Sexta-feira, os trabalhos de desmatação, canalização, preparação de terras, instalação de tanques para criação de tilápia, de aviários e de casebres tiveram início em Março de 2021.
A associação disse ter investido no espaço 860 milhões de kwanzas, fruto de um crédito bancário, e que as invasões, alegadamente comandadas pelo chefe da fiscalização de Calumbo, tiveram início em Setembro de 2022, logo após a primeira colheita.
Os ex-militares contaram que as "invasões" e destruição das culturas também terão contado com a participação de efectivos da polícia, sob alegada autorização da administração municipal de Viana para destruírem, inclusive, as residências precárias dos cooperantes.
"O que nos preocupa bastante a nós, ex-militares, é saber que esta é a sexta vez que os elementos da fiscalização da comuna do Calumbo vêm fazer confusão na nossa área da cooperativa", referiram, em ofício datado de 6 de Março de 2023.
A ACIPSV, no documento assinado pelo seu presidente, Francisco Gregório Manuel, solicitou também a intervenção do Serviço de Investigação Criminal (SIC) de Viana e do governo de Luanda para travarem a "ilegalidade", que se arrasta há mais de cinco meses, e "punirem severamente" os infractores.
"Os mesmos não pararam com as acções, continuam a praticar actos de vandalismo, tal como a destruição do sistema de rega, a vandalização do canal de água que abastece o projecto, criando transtornos e prejuízos avultados e comprometendo a colheita que teríamos no mês de Dezembro", lamentou.
A associação contou ainda que, em Fevereiro passado, registaram uma situação de envenenamento (com gasóleo) no tanque de criação de peixes e que, na primeira semana de Março, os "invasores" voltaram a "vandalizar" o espaço, expulsando os ex-militares e demais trabalhadores.
Os associados manifestaram-se também "desesperados" pelos consequentes "ataques" às suas culturas e propriedades, lamentando ainda a "falta de respostas" das instituições de direito a que recorrem.
"Já recorremos às instâncias hierarquicamente superiores e sem êxito até à data actual. Esperemos que as instituições e pessoas de direito tomem alguma posição diante desta situação que a cada dia se agrava", referiram ainda.