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Professores universitários em greve rejeitam proposta salarial “ínfima” do PR

Os professores universitários anunciaram esta Segunda-feira que rejeitaram o aumento salarial “ínfimo” de 6 por cento, proposto do Presidente da República, visando travar a greve, que dura há três meses, por “não dignificar” a classe.

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Segundo o secretário-geral do Sindicato Nacional dos Professores do Ensino Superior (Sinpes), Eduardo Peres Alberto, a proposta de João Lourenço foi entregue pela ministra da Administração Pública durante um encontro negocial, na Sexta-feira passada.

"No encontro, a senhora ministra do MAPTSS [Ministério da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social] entregou ao sindicato a proposta salarial vindo o Presidente da República, a mesma tem um aumento de 6 por cento, uma percentagem que não dignifica a classe docente e por isso rejeitamos", disse o sindicalista à Lusa.

Mas como se trata de negociações, observou, o sindicato "não concordou, rejeitou a mesma proposta e vai ter de apresentar uma contraposta sobre a proposta do Presidente da República até Sexta-feira", para quando está prevista uma assembleia geral.

Aumento salarial, melhores condições laborais, pagamento da dívida pública e eleições dos corpos directivos das instituições públicas do ensino superior são algumas das reivindicações dos professores angolanos em greve desde 3 de Janeiro de 2022.

O secretário-geral do Sinpes recorda que a greve, por tempo indeterminado, surge em consequência do "incumprimento" do memorando de entendimento assinado em Novembro de 2021 "por parte das autoridades".

Um salário equivalente a 2000 dólares para o professor assistente estagiário e a 5000 dólares para o professor catedrático são as propostas salariais do Sinpes para contrapor os actuais "salários medíocres".

Eduardo Peres Alberto deu a conhecer que com a proposta de aumento salarial de 6 por cento, apresentada na Sexta-feira, o professor catedrático terá um salário líquido de 598.000 kwanzas, o professor associado um salário líquido de 546.000 kwanzas, professor auxiliar 514.000 kwanzas, o assistente um salário de 483.000 kwanzas e o estagiário 410.000 kwanzas.

"Logo, esse montante é ínfimo porque não houve evolução nenhuma", atirou o líder do Sinpes, que liderou no passado 19 de Março uma manifestação dos professores universitários, em Luanda, contra o incumprimento do memorando.

A greve "continua em tempo indeterminado, mas a assembleia geral vai avaliar e orientar a sua continuidade ou não", salientou ainda Peres Alberto.

O Ministério do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação considerou, em Fevereiro passado, que o aumento salarial dos docentes em greve era um "processo delicado e complexo", garantindo, no entanto, que decorriam acções a nível do Governo nesse domínio, em sede de uma abordagem mais geral da matéria salarial da administração pública".

A reunião de Sexta-feira passada juntou na sede do ministério, em Luanda, a titular do órgão, Teresa Rodrigues Dias, a ministra do Ensino Superior, Maria do Rosário Bragança Samba, e membros do secretariado nacional do Sinpes.

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