A fábrica conta com duas linhas de produção, ocupando uma área de 88 mil metros quadrados, tendo serviços de fiação, malharia, tingimento, acabamentos, confecção de roupas e uma área para o fabrico de tecidos de ganga.
A primeira linha prevê a produção mensal de 180 mil t-shirts e 200 camisolas tipo 'pólo'. Já a segunda linha poderá lançar no mercado cerca de 500 mil metros lineares de tecido de jeans, avança a Angop.
O funcionamento em pleno da unidade poderá vir a duplicar o número de postos de trabalho directos, estando prevista a abertura de 600 novas vagas até ao final do ano.
Paralisada desde 1996, a reabertura da ex-Satec marca o início do processo de reactivação do Pólo Industrial de Cambambe. A unidade é agora gerida pelo grupo industrial Boabad Cotton Group, do Zimbabué, que venceu o concurso público aberto para o activo em 2020. A exploração tem um prazo de 15 anos, sendo que a partir do décimo ano da gestão os empresários têm opção de compra da unidade.
Na cerimónia de relançamento da fábrica esteve o ministro da Indústria e Comércio, Victor Fernandes, que destacou as oportunidades de investimento que a unidade industrial pode vir a trazer. O titular da pasta da Indústria relembrou ainda que a unidade fabril pode vir a dinamizar não só o sector têxtil mas também o agrícola, pela aposta na produção de algodão.
Já Adriano Mendes de Carvalho, governador do Cuanza Norte, destacou a importância do Pólo Industrial de Cambambe na arrecadação de receitas fiscais para a província.
Recorde-se que a Satec foi, inicialmente, um investimento italiano, instalado no país em 1967. A fábrica funcionou de 1970 a 1996 com cerca de 1200 trabalhadores.
O grupo industrial Baobab venceu também o concurso para a gestão da fábrica têxtil de Benguela, cujo re-lançamento aconteceu em Fevereiro. Na ocasião, o representante do grupo, Laurence Zlattnerante, referiu que os empresários estão dispostos a cooperar com o Governo através da compra de produtos locais, inseridos na cadeia industrial.
Segundo a Angop, o objectivo inicial passa por adquirir perto de 500 toneladas métricas de algodão/mês, a partir do Zimbabué, Malawi e da África do Sul, para assegurar a produção. No entanto, a curto prazo, o grupo pretende que a produção desta matéria-prima seja local, substituindo a importação.