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Saúde

País tem 463 pessoas em quarentena institucional, anuncia Governo

Angola tem actualmente 463 pessoas que regressaram ao país nos últimos dias em quarentena institucional, distribuídos pelo centro de Calumbo e duas unidades hoteleiras, anunciou a ministra da Saúde numa conferência de imprensa em Luanda.

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"Há 463 viajantes que estão em quarentena", revelou, acrescentando que são assintomáticos, ou seja, não apresentam sintomas da covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus.

Sílvia Lutucuta falou ainda sobre os problemas que enfrentaram os passageiros que regressaram no dia 20 de Lisboa e do Porto e foram colocados em quarentena institucional, assumindo que "houve inicialmente alguns problemas com a logística do alojamento destes viajantes, mas já foram superadas".

A ministra disse que este grupo de pessoas veio de "um país de risco" (Portugal) pelo que foi decidido que a medida mais adequada era a quarentena institucional.
"Inicialmente, neste grupo de passageiros tínhamos 60 que não tinham estas condições, não havia camas para todos", indicou.

Segundo explicou, houve "indisponibilidade" da rede de hotéis IU para a cedência dos seus espaços, ao contrário do que tinha sido inicialmente previsto, tendo sido entretanto feito "um esforço no sentido de se encontrem as condições adequadas para a instalação destes viajantes".

Afirmando que "nenhum país pode dizer que está 100 por cento preparado", a governante pediu também mais "sensibilidade" ao setor privado face à emergência causada pela pandemia de covid-19.

Sílvia Lutucuta afirmou ainda que alguns dos passageiros que regressaram a Angola na semana passada e tinham sido colocados em quarentena domiciliar não estavam a cumprir o isolamento a que eram obrigados.

"O nosso maior desafio em relação às quarentenas foi a quarentena domiciliar porque as pessoas ainda não perceberam, apesar de termos informado de todas as formas, alguns não têm cumprido, ainda não perceberam que estão a colocar em risco eles próprios, as suas famílias e outros que estejam à sua volta", criticou, acrescentando que foram recebidas denúncias e as pessoas estão a ser levadas para quarentena institucional para minimizar o risco.

A ministra afirmou ainda que foram adquiridos 21 ventiladores e os técnicos vão ter a formação adequada para o manuseamento de casos graves que venha a surgir, estando igualmente a ser mobilizadas todas as unidades de referência que têm os seus próprios ventiladores.

Alertou também para a necessidade de "encarar esta epidemia com discernimento e espírito de união", sem estigmatizar as pessoas que regressaram dos países de risco, muitos dos quais são angolanos.

"Tínhamos de receber os nossos cidadãos e temos de trabalhar no sentido de evitar o impacto da doença no nosso país do ponto de vista social e económico", frisou
Questionada sobre o espancamento de um cidadão português no Bié por ser alegadamente portador da doença, a ministra condenou este tipo de atitudes, sublinhando que as pessoas envolvidas "serão severamente punidas".

A ministra recomendou ainda o cumprimento das regras de prevenção, nomeadamente evitar aglomerados com mais de 50 pessoas, não fazer visitas desnecessárias e lavar frequentemente as mãos com água e sabão.

Quanto ao plano de contingência adotado por Angola, onde já há três casos confirmados de infeção pelo novo coronavírus, este poderá vir a prever outras medidas, de acordo com a evolução da doença.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 341 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 15.100 morreram.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

O continente africano registou mais de 50 mortes devido ao novo coronavírus, ultrapassando os 1.700 casos em 45 países e territórios, segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia da covid-19.

 

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