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Economia

Combate à corrupção, defesa e agronegócio vão marcar parcerias Angola/Brasil

Os chefes da diplomacia angolana e brasileira definiram esta Segunda-feira o agronegócio, a cooperação jurídica no combate à corrupção ou a defesa como as principais áreas de parcerias a adoptarem nas suas relações bilaterais.

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Os ministros das Relações Exteriores de Angola, Manuel Augusto, e do Brasil, Ernesto Araújo, reuniram-se no Palácio do Itamaraty, Brasília, capital do país, dando continuidade ao estabelecimento de prioridades, quer em relação a ambos os territórios, quer em relação à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

"A cooperação e investimentos em agricultura e no agronegócio são, talvez, uma área-chave para uma renovação e criação de um novo capítulo na parceria Brasil-Angola. É uma oportunidade de investimento, tecnologia, de comércio, tendo em conta todas as oportunidades que Angola representa, como país que tem como prioridade o aumento da produção agrícola e a segurança alimentar, assim como as capacidades que o Brasil conhecidamente desenvolveu nessa área", disse Ernesto Araújo à imprensa.

Também a cooperação jurídica foi mencionada pelo diplomata brasileiro, que apontou a experiência do Brasil na recuperação de activos, um dos interesses de Angola.

"Conversámos também sobre a cooperação jurídica, (...) sobre o interesse de Angola na cooperação para o combate à corrupção, muito especificamente para a recuperação de activos, por exemplo, que é uma área na qual o Brasil se tornou uma referência graças a todos os activos que já conseguimos recuperar nesse contexto", advogou o governante.

Na área de Defesa, foi aprofundada a cooperação naval entre as marinhas do Brasil e de Angola: “Abordámos com muita atenção e interesse os projetos de Angola de capacitação nessa área e o Brasil está absolutamente pronto a colaborar", frisou Ernesto Araújo.

O ministro brasileiro destacou ainda que existe um profundo interesse brasileiro numa aproximação à União Africana, sublinhando o seu interesse na participação na zona africana de livre comércio.

"Queria enfatizar o profundo interesse brasileiro numa operação com África, como um todo, especialmente através da União Africana. Contamos muito com a nossa amizade e parceria com Angola, como um canal para esse objectivo. É preciso termos atenção redobrada sobre as imensas oportunidades que lá existem, que são geradas pela integração africana, por exemplo, a criação de uma zona africana de livre comércio", disse Ernesto Araújo.

"O Brasil quer examinar quais as possibilidades para que se possa associar, de alguma maneira, com esse processo de integração em território africano. Queremos um maior diálogo político. (...) De um modo mais geral, queremos trabalhar nessa esfera do livre comércio. Há um movimento profundo na África nesse sentido, e queremos ver que mecanismos poderiam ser encontrados para que o Brasil faça parte desse impulso de integração africana", acrescentou o governante.

Em contrapartida, o Governo brasileiro coloca-se à disposição de se tornar num parceiro de Angola no que diz respeito à presença do país na América do Sul.

Já o ministro das Relações Exteriores, Manuel Augusto, sublinhou que a sua atual visita ao Brasil foi potenciada pela quitação, em dezembro passado, da dívida de quase 589 milhões de dólares ao Brasil.

"A minha visita tem lugar num momento em que um factor poderá ajudar no futuro da nossa cooperação, que tem a ver com as nossas relações financeiras. Diz-se que as boas contas fazem bons amigos e é com muita satisfação que Angola, no final do ano passado, liquidou a dívida de três créditos financeiros que tinha para com o Brasil", indicou o governante.

Esse pagamento foi feito "numa clara intenção de, usando um termo brasileiro, ‘zeradas’ as contas”, se pudesse “partir para um novo quadro de relação económica, perspectivada por cada um dos governos e baseado no reconhecimento do grande potencial que existe entre ambos os países”, acrescentou Manuel Augusto.

Ainda segundo o ministro, esta sua visita ao Brasil insere-se na "preparação que Angola faz para a assunção da presidência da CPLP, que ocorrerá em Setembro próximo”, e para a qual o Estado africano quer “trocar ideias com os outros países-membros da comunidade”, para que a presidência “possa corresponder, não só aos desejos do Governo e do povo angolano, mas também às expectativas da comunidade lusófona em geral".

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