"As marchas realizaram-se em todas as províncias de Angola, envolveram cerca de quatro mil pessoas entre advogados e estagiários", afirmou à Lusa o bastonário da Ordem, Luís Paulo Monteiro.
Numa das avenidas principais de Luanda, juntaram-se centenas de advogados, muitos deles de toga, com cartazes de protesto. Numa faixa, podia ler-se: "o respeito pelo Direito, prerrogativas e garantias no serviço do advogado é essencial à construção do Estado de Direito democrático".
Nas ruas, os manifestantes gritavam "quando atingem um advogado, atingem toda uma classe" e "Eugénio amigo, a classe está contigo", numa referência ao advogado estagiário Eugénio Marcolino, detido numa esquadra da Polícia, quando estava no exercício da sua actividade.
As acções de protesto "foram todas ordeiras", disse Luís Paulo Monteiro, acrescentando: "esperamos que doravante sejam respeitados os direitos, garantias e prerrogativas dos advogados no exercício da profissão".
As marchas foram convocadas depois de a Ordem ter repudiado a "acção musculada" da polícia de Benguela contra o advogado Eugénio Marcolino, no final de Fevereiro.
Na Sexta-feira, o bastonário disse que foram detidos cinco advogados num ano.
Em Luanda, a marcha percorreu a zona junto ao porto, a marginal, terminando no Largo de Amizade e Solidariedade com os Povos, onde foi lida uma nota de protesto.
O bastonário disse também que aguarda ainda a abertura de um inquérito do caso de Benguela, para responsabilizar os agentes que fizeram a "detenção ilegal" e depois divulgaram as suas fotos, de identificação policial, nas redes sociais.