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Chuva e fraco sistema de abastecimento fazem disparar preço dos hortícolas em quase 400 por cento

O preço dos produtos hortícolas sofreu um aumento significativo durante o mês de Março. Dados do Departamento de Preço e Subsídios revelam que neste mês os preços registaram uma subida de cerca de 400 por cento.

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A inflação do preço dos produtos deve-se, segundo o departamento, ao facto de as chuvas em Fevereiro terem destruído algumas plantações agrícolas e, consequentemente, terem reduzido a produção de hortícolas.

Entre os factores que contribuíram para o aumento dos preços está assim a quebra na produção nacional, dificultando o abastecimento dos mercados da capital e o facto dos custos de conservação dos alimentos serem bastante elevados, segundo indicou ao Jornal de Angola Raimundo Rosa, chefe do Departamento de Preços e Subsídios.

"Estamos atentos e o Executivo está a trabalhar para garantir que haja produtos nos mercados. Temos um problema de escoamento dos produtos do campo para a cidade capital, mas estão a ser tomadas as medidas para melhorar o sistema de abastecimento", garantiu o responsável.

Os números falam por si só. De acordo com os dados avançados pelo Jornal de Angola, produtos como alho, cebola, tomate e batata-rena registaram um aumento significativo. Os valores, obtidos pelo mesmo jornal nos mercados do 30 e Catinton, revelam que um saco de alho de 50 quilos passou a custar 50 mil kwanzas, quando anteriormente tinha um custo de 13 mil kwanzas – representando assim um aumento de 384,6 por cento face ao período anterior às chuvas registadas no mês passado.

Quanto à cebola, o preço de um saco de 30 quilos subiu de seis para 17 mil kwanzas (aumento de 383,3 por cento). Uma caixa de tomate de 20 quilos passou a custar 31 mil kwanzas, quando antes custava 13 mil (subida de 238,4 por cento).

Já um saco de 150 quilos de batata-rena que estava a ser vendido a 30 mil kwanzas passou a custar 50 mil – representando um aumento de 250 por cento face ao início do ano.

O responsável, citado pelo Jornal de Angola, afirmou ainda que apesar de o país não estar a importar produtos da China, está a preparar um conjunto de medidas para importar alimentos da cesta básica a outros países, para que os produtos não faltem à população.

Contudo, segundo Raimundo Rosa, a inflação dos preços dos produtos só se tem verificado no mercado informal. Ou seja, o preço dos produtos de cesta básica no mercado formal - supermercados - continuam baixos e apelativos.

Joana Tomás, chefe do Departamento de Informação e Divulgação de Práticas Comerciais e Serviços do INADEC, deixou a garantia de que as equipas de inspecção têm vigiado o mercado formal, para evitar a especulação de preços: "A nossa actuação nos mercados informais tem sido de sensibilização aos vendedores que insistem especular preços".

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