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Fundação Manuel António da Mota atribui prémio a congénere D. Bosco em Angola

A Fundação Manuel António da Mota atribuiu, em Luanda, o prémio homónimo a uma instituição de salesianos, a Fundação D. Bosco, ligada à defesa e promoção e dignificação da juventude em Angola, sobretudo às crianças desfavorecidas.

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O prémio "Manuel António da Mota - Uma Vida em Angola" foi entregue pela primeira-dama, Ana Dias Lourenço, na presença do marido, João Lourenço, e do Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, que cumpriu Sexta-feira o terceiro de quatro dias da visita de Estado a Angola.

Em declarações aos jornalistas, António da Mota, filho do fundador da Mota Engil em Portugal e em Angola, onde iniciou as actividades em 1946, mostrou-se "emocionado" por ter cumprido um "sonho" do seu pai.

"Isto já não é obra da minha geração, mas sim da terceira geração, a do meu filho, do meu sobrinho, da minha nora, da minha filha. Ver que, na família Mota, aquilo que foi a cultura que o meu pai me deu e conseguir deixar à terceira geração é forte", disse António Mota, para depois explicar as razões da atribuição à Fundação D. Bosco, presente em Angola há 38 anos.

"O prémio chama-se 'Manuel António da Mota - Uma Vida em Angola'. Que melhor prémio se poderia dar a uma instituição que já tem uma vida em Angola, a Fundação D. Bosco (Salesianos)? Foi esse o significado que quisemos dar a uma instituição que também já tem uma história grande e longa de apoio social em Angola", justificou.

"Pela qualidade de todas as associações que vieram, por esta ser a mais antiga de todas, por ter muito a ver com o título da distinção", prosseguiu, lembrando que o valor do prémio é de 50.000 dólares e que, em 2020, haverá um segundo e terceiro lugares.

Já em declarações à agência Lusa, o responsável da Fundação D. Bosco em Angola, padre Manuel Ordoñez Roman, natural de Palência (Espanha), onde nasceu há 64 anos, há 18 em território nacional, mostrou-se "grato" pelo reconhecimento, sublinhando que tal significa também "maiores responsabilidades".

"Significa que há um reconhecimento de um trabalho que já levamos há 38 anos em favor da juventude, da educação, da promoção humana e sobretudo de jovens mais desfavorecidos em Angola. Significa para nós, como instituição, ainda mais empenho no que fazemos como vocação, porque estamos vocacionados para trabalhar com a juventude", afirmou.

"Isso é mais um estímulo, sobretudo quando se está na presença das máximas autoridades dos dois países [João Lourenço e Marcelo Rebelo de Sousa], é uma gratificação grande para tudo aquilo que estamos a fazer", acrescentou, salientando que tem "obras" não só em Luanda, mas também nas cidades de Benguela, Luena, Calulo, Ndalatando e Cabinda.

Segundo Manuel Ordoñez Roman, o dinheiro do prémio vai servir para apoiar a "rede de atenção de meninos vulneráveis, crianças que estavam nas ruas, totalmente marginalizadas".

"Temos actualmente cerca de 200 crianças em três centros e o dinheiro é uma ajuda para tudo o que significa sustentar essas crianças - alimentação, educação e saúde. É uma boa ajuda" para o projecto de atenção às crianças vulneráveis em Angola, "que infelizmente ainda se encontram nas ruas".

Salientando ser "difícil" contabilizar o total de crianças já apoiadas em 38 anos - "serão com certeza milhares" -, o padre salesiano ressaltou que o apoio nestas situações é "sempre complicado", porque os jovens "mudam sempre muito" ao longo do processo.

"Entram, saem. É difícil. Mas neste projecto de atenção às crianças vulneráveis, que já decorre há 15 anos, não sei, mas creio que serão mais de mil as que já ajudamos. Algumas são adultas, que já refizeram a sua vida e que foram reintegradas nas suas famílias. Isso é um trabalho realmente grande e lindo que estamos a fazer", concluiu.

O prémio, que terá a partir de 2020 um carácter anual, tem como objectivo distinguir instituições de solidariedade social com trabalho reconhecido nas áreas da saúde e educação em Angola, com projectos de elevado mérito e reconhecimento na sociedade, à semelhança do que já acontece em Portugal há nove anos.

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